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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Escolas Históricas

O conceito de paradigma não é o único que ajuda a estabelecer a identidade teórica dos historiadores. Vamos abordar neste momento outro conceito importante, queé o de "Escola Histórica".>>>
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Uma “Escola” – fora a noção mais vulgar que se refere exclusivamente a instituições de Ensino – pode ser entendida no sentido de uma “corrente de pensamento”, sempre que ocorre um padrão ou programa mínimo perceptível no trabalho de grupo formado por um número significativo de praticantes de determinada atividade ou de produtores de certo tipo de conhecimento, sendo ainda importante que haja uma certa intercomunicação entre estes praticantes, a constituição de uma identidade em comum, frequentemente também ocorrendo a consolidação de meios para a difusão das idéias do grupo, como é o caso de Revistas especializadas controladas por seus membros ou programas veiculados em mídias diversas. Será importante entender ainda que as “escolas” podem apresentar uma referência sincrônica – relacionada a autores ou praticantes de uma mesma época – e uma referência diacrônica, no sentido de que a “Escola” pode se estender no tempo e abarcar sucessivas gerações, ou ser por elas reivindicada.>>>
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A Historiografia, no decorrer de sua própria história, conheceu muitas “escolas históricas”. Algumas eram entendidas como “escolas” pelos seus próprios praticantes, outras foram classificadas como escolas independentemente de seus componentes. Uma boa parte das “escolas históricas” até hoje conhecidas relacionaram-se a espacialidades específicas, não raro se referindo a países a que pertenciam os historiadores que nela se viram incluídos. É assim que, no século XVIII, conhecemos a “Escola Escocesa”, que se referia a eruditos iluministas atuantes na Escócia como Adam Fergusson, John Millar ou David Hume. No século XIX, podemos lembrar a “Escola Alemã”, que reunia historiadores alemães ligados ao paradigma historicista, e no século XX podemos falar em uma “Escola Marxista Inglesa”, que reunia historiadores marxistas do Reino Unido que se vinculavam à Revista Past and Present e que propunham certas renovações no corpo teórico-prático do Materialismo Histórico.>>>
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A base comum de uma “escola histórica” em torno de uma revista, aliás, também foi bastante comum na história da historiografia, e podemos lembrar o movimento que ficou conhecido como Escola dos Annales, ao se remeter a historiadores franceses do século XX que tiveram como principal instrumento de divulgação de seu trabalho a revista de mesmo nome, ou, ainda, a Escola Metódica, que reunia historiadores também franceses através da Revue Historique . Muitos também enxergam como uma “escola” os historiadores ligados à micro-história italiana, que apresenta uma base nos Quaderni Storici, embora neste caso os próprios historiadores envolvidos não se vejam deste modo.>>>
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Para que se tenha uma “Escola Histórica”, é preciso, desta maneira, que haja certo padrão ou linguagem comum entre seus participantes, ou outro elemento qualquer que seja forte o suficiente para estabelecer uma unidade – o que pode se dar através do Método, de uma determinada perspectiva teórica, de uma determinada maneira de entender a História, ou do pertencimento a determinado paradigma historiográfico. Pode-se falar ainda, para caracterizar uma Escola, em um “programa” em comum, para utilizar uma expressão de Andrés Burguière em um artigo de 1979 sobre “O Nascimento dos Annales”.
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