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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Prefeito tucano é preso acusado de matar blogueiro petista

Blogueiro assassinado
O prefeito Josivan Bibiano de Azevedo, do PSDB da Serra do Mel, teve a prisão preventiva decretada pelo desembargador Dilermano Mota, do Tribunal de Justiça do Estado.

Bibiano está sendo acusado de mandar matar o jornalista Ednaldo Filgueira, presidente local do PT, na noite do dia 15 de junho de 2011, na Vila Brasília da Serra do Mel.
 
O cumprimento da determinação do desembargador aconteceu na manhã de sábado, às 8h, na residência do prefeito, em Mossoró, por policiais federais e Civis.

Além do prefeito, existem outras oito pessoas presas, entre articuladores, executores e apoio. O prefeito foi indiciado pelo delegado Odilon Teodósio como mandante.

Depois de indiciado, no mês de outubro passado, Josivan Bibiano foi denunciado pelo procurador Geral de Justiça do Ministério Público, Manoel Onofre.

A denúncia foi protocolada na tarde de sexta-feira e no mesmo dia o desembargador Dilermano Mota assinou a ordem de prisão preventiva. Neste mesmo dia, Dilermano mandou soltar o prefeito Grinaldo Sousa, de Vila Flor, acusado de corrupção.

Sobre Serra do Mel, Dilermano considerou que existem indícios suficientes que comprovam a culpa de Bibiano, que nega qualquer participação no crime.

O advogado José Wellington viajou na manhã deste sábado a Natal, onde já iria dá entrada com o pedido de habeas corpus de Bibiano. Disse que seu cliente é inocente, que não tinha motivos para matar Ednaldo. “Meu cliente está sofrendo forte perseguição política”, diz.

Bibiano vai aguardar decisão da Justiça preso no Centro de Detenção Provisória da Zona Sul, de Natal.

Com O Terror do Nordeste

"A história secreta da Rede Globo", de Daniel Herz, outro livro esgotado, silenciado pela oligarquia midiática brasileira, e que precisa voltar às livrarias


por Paulo Jonas de Lima Piva
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O livro é uma dissertação de mestrado apresentada na Universidade de Brasília em 1983. A história secreta da Rede Globo, de Daniel Herz, já foi publicada por duas editoras e rapidamente esgotada nas duas ocasiões (A imagem acima refere-se à sua segunda publicação pela gaúcha Dom Quixote). Ele descreve a incursão da empresa jornalística de Roberto Marinho pelo mundo da televisão numa associação suspeita com o capital estrangeiro (o grupo Time Life), sua ligação visceral com a ditadura militar, sua onipotência avassaladora, a ponto de interferir em resultados eleitorais, eleger presidentes da república, em manipular o resultado da Bolsa de Valores, em determinar os rumos de investigações policiais e até de impor o resultado de certas CPIs.
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O download da primeira edição do livro pode ser feito no link abaixo:

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Homossexualidade é Pecado

Luiz Couto é o parlamentar da PB mais atuante na Câmara dos Deputados

Com o Congresso Nacional em recesso -desde quinta (22), o Blog do Robson Medeiros aproveitou para realizar levantamento EXCLUSIVO com base em informações oficiais da Câmara dos Deputados sobre a atuação parlamentar da bancada paraibana no primeiro ano da atual legislatura. Os quesitos avaliados foram: assiduidade (nas sessões plenárias e de comissões), pronunciamentos proferidos e proposições apresentadas/relatadas, bem como o valor gasto em verba indenizatória por cada mandato eletivo.

Campeões em assiduidade

O deputado petista Pe. Luiz Couto, como de costume, deu um show de atuação parlamentar e se fez presente em 98,1% das sessões plenárias relizadas pela Câmara dos Deputados. Quando o assunto é presença nas sessões realizadas pelas comissões temáticas da Casa, o padre deputado compareceu a 99,5% das reuniões, motivo de orgulho para o Estado da Paraíba e principalmente para os eleitores que mais uma vez confiaram um voto ao deputado Luiz Couto (PT). Logo atrás do parlamentar petista, com 90,7% e 89,7% de presença nas sessões plenárias, aparecem os deputados Ruy Carneiro (PSDB) e Aguinaldo Ribeiro (PP) -respectivamente.

Os gazeteiros

Nilda Gondim (PMDB) e Damião Feliciano (PDT), com apenas 79,4% de presença cada, são os parlamentares paraibanos que mais faltaram às sessões plenárias realizadas pela Câmara dos Deputados neste primeiro ano da atual legislatura. Completando o time dos menos assíduos, nas sessões plenárias, temos: Wellington Roberto (82,2%), Manoel Júnior (83,2%) e Efraim Filho (84,1%). Este último, Efraim -com apenas 71,1% de presença, foi o deputado paraibano campeão em ausências nas reuniões realizadas pelas comissões temáticas nas quais ele faz parte na qualidade de titular ou suplente. Acompanhando Efraim Filho (DEMo), entre os maiores gazeteiros das comissões, vem os deputados Wilson Filho (76,7%) e Aguinaldo Ribeiro (77,3%). 

Confira, abaixo, o percentual de assiduidade de cada parlamentar:

Sessões plenárias
  
Ordinárias, extraordinárias e preparatória.

1. Luiz Couto (PT) - 98,1%;
2. Ruy Carneiro (PSDB) - 90,7%;
3. Aguinaldo Ribeiro (PP) - 89,7%
4. Hugo Motta (PMDB) - 88,8%,
5. Romero Rodrigues (PSDB), Benjamin e Wilson Filho (PMDB) - 85%,
6. Efraim Filho (DEM) - 84,1%;
7. Manoel Júnior (PMDB) - 83,2%;
8. Wellington Roberto (PR) - 82,2%;
9. Nilda Gondim (PMDB) - 79,4%;
10. Damião Feliciano (PDT) - 79,4%

Embora empatado com o mesmo percentual de presença de Nilda Gondim, o deputado Damião Feliciano fica atrás da parlamentar peemedebista no quesito faltas: enquanto a deputada justificou todas as ausências (20,6%), o deputado Dr. Damião só justificou 18,7% das suas faltas.

Reuniões de comissões

Deliberativas ordinárias, extraordinárias e audiências públicas.

1. Luiz Couto (PT) - 99,5%;
2. Manoel Júnior (PMDB) e Romero Rodrigues (PSDB) - 91,4%;
3. Damião Feliciano (PDT) - 91,1%;
4. Nilda Gondim (PMDB) - 88,4%;
5. Ruy Carneiro (PSDB) - 87,5%;
6. Benjamin Maranhão (PMDB) - 86,2%;
7. Hugo Motta (PMDB) - 84,8%;
8. Wellington Roberto (PR) - 82%;
9. Aguinaldo Ribeiro (PP) - 77,3%;
10. Wilson Filho (PMDB) - 76,7%;
11. Efraim Filho (DEMo) - 71,1%;

É no âmbito das comissões temáticas da Câmara dos Deputados que se dar o bom debate sobre os problemas e as aflições da sociedade. As comissões dividem-se em permanentes (CCJ, Direitos Humanos, Educação e etc), temporárias (especiais, externas e CPIs) e mistas (Parlasul e Comissão do Orçamento).

Pronunciamentos

Discursos proferidos no Plenário da Câmara dos Deputados

1. Luiz Couto (PT) - 327;
2. Efraim Filho (DEM) - 78;
3. Wilson Filho (PMDB) - 62;
4. Nilda Gondim (PMDB) - 56;
5. Romero Rodrigues (PSDB) - 52;
6. Hugo Motta (PMDB) - 41;
7. Benjamin Maranhão (PMDB) - 31;
8. Aguinaldo Ribeiro (PP) - 26;
9. Manoel Júnior (PMDB) - 25;
10. Damião Feliciano (PDT) - 17;
11. Ruy Carneiro (PSDB) - 10;
12. Wellington Roberto (PR) - 0;

Padre Luiz Couto, sozinho, quase que proferiu mais pronunciamentos do que todos os demais deputados federais paraibanos juntos. Já o deputado Wellington Roberto, o mais votado da última eleição na Paraíba, ainda não subiu na tribuna da Câmara dos Deputados para sequer agradecer os seus mais de cem mil eleitores. Aliás, já no terceiro mandato consecutivo, o deputado WR proferiu apenas 05 (cinco) pronunciamentos até o dia de hoje: um em 2003 (ano da posse do primeiro mandato na Câmara Federal); dois em 2004 (durante o segundo ano como deputado federal); zero em 2005, 2006 e 2007; um em 2008, outro em 2009 e zero no ano passado (2010).

Em tempo

Amanhã publicaremos o ranking com os que apresentaram mais proposições no primeiro ano da atual legislatura, bem como com àqueles que mais relataram matérias e com os que mais gastaram a verba indenizatória em 2011.
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Vi no blog do Robson Medeiros

Boas festas #felizparaiba

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Natal, o Capital e o Ano Novo

Por *Pedro Estevam Serrano
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Na tradição cristã o Natal é a data da comemoração do nascimento de Jesus, e como tal um momento em que valores como generosidade, solidariedade e fraternidade são lembrados como mote da celebração. Nos discursos apenas. Na realidade, Natal é época de compras, consumo.

Mais do que momento em que expressamos afeto pela generosidade do presente, tratamos nosso desconforto civilizacional e nossas depressões existenciais indo ao shopping para obter o cumprimento da ilusória promessa de felicidade que o consumo oferece.
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A hiper-complexidade das sociedades contemporâneas não facilita uma leitura mais bem acabada de suas macro-características. Não ousaria fazê-lo. Não me sinto habilitado a tanto. Mas minhas leituras e observações pessoais de nossa historia recente me trazem algumas reflexões que se consolidaram em meu espírito sobre a forma em que convivemos no mundo contemporâneo. Me parece inegável que o correr do século XX e o inicio do XXI trouxe mudanças substancias na forma de organização e produção  do sistema capitalista. Não apenas mudança de grau ou intensidade, mas verdadeiras mudanças de qualidade e substancia.

Cada momento da história sociopolítica e econômica da humanidade ressalta características existentes na natureza das relações intersubjetivas de nossa espécie. Mercado existia como fenômeno há muito em nossas formas de organização social. A mercancia, a troca, é e foi instrumento relevante de sobrevivência da espécie conforme nossas formas de organização social e de produção foram se tornando mais complexas.

Mas é no capitalismo que esta forma coletiva de troca e produção atinge seu ápice de relevância na vida social, torna-se espinha dorsal de nossas formas de organização social, política e econômica. O capitalismo adquire inegável caráter progressista na história humana em sua versão industrial. A natureza disciplinar desta forma de produção repercute efeitos sobre todos os ambientes da vida social. Instituições coletivas como escola, hospitais e até restaurantes, organizados em modo hierárquico e a partir de disciplinas substituem formas aristocráticas de acesso a bens coletivos. O Poder Estatal passa a ser exercido a partir de sua submissão a normas, disciplinas coletivas e não à mera vontade autônoma de seu governante.

O capitalismo se traduz em sistema de contínua expansão. Por conta das conquistas dos trabalhadores europeus no inicio do século passado, em busca de ampliação de ganhos, o capital se espraia pelo mundo.
Desde o século XIX até os dias de hoje pudemos observar a transformação do capitalismo de forma europeia em modo global de produção.

Na contemporaneidade, contudo, outro fator de expansão vem a provocar mudanças que me parecem substanciais no sistema.

A produção de mercadorias é secundarizada pela produção de seu feitiche. Mais do que um sistema produtor de mercadorias, o capitalismo se transforma num sistema produtor de subjetividade. Expande-se para a significação humana. Ocupa todos os espaços da vida e do imaginário. A regra econômica do condicionamento da oferta pela demanda é invertida. Oferta produz demanda, como bem enxergou Steve Jobs.

Em verdade, modos de domínio e construção da subjetividade fazem parte do próprio conceito de civilização. Religião, educação e mesmo razão e ciência são formas de trabalho e domínio da subjetividade.
Mas creio que nunca tivemos na historia humana um sistema sociopolítico e econômico que tivesse na produção de subjetividade o vértice de seu funcionamento.

E não me refiro apenas ao âmbito limitado da publicidade e suas técnicas de marketing e nem apenas ao espetáculo que tende a dominar a linguagem midiática.

Falo de toda uma máquina de comunicação e sentidos que ocupam todo nosso espaço imaginário, racional e afetivo. Impossível imaginarmos hoje uma historia pessoal de romance sem os signos de Hollywood por exemplo.

Como consequência evidente deste processo, o papel do consumidor vai substituindo o do cidadão e os exércitos de reserva de mão de obra vão saindo da reserva para a cruel exclusão da vida.

O sistema passa a ter pelo poder da exclusão o exercício máximo do que Schimitt entendia como soberania. A capacidade de transformar o direito em exceção, dando ao poder o condão de disposição da vida do destinatário.

Vivemos hoje um mundo recheado de estados democráticos, mas submetidos a uma governança global imperial que se realiza em rede, sem contar, portanto, com o lugar que a disciplina outorga ao poder, o que possibilitaria identificá-lo e limitá-lo.

E assim vamos às compras, sem esquecer de comprar brinquedos e roupas para nossos entes queridos e mesmo para crianças desamparadas e pessoas desfavorecidas.

Não nos perguntamos a que custo vital se produzem estes bens tão baratos em alguma parte do globo, seja pela quase escravidão dos trabalhadores que os produzem , seja pela exclusão necessária da vida de amplos contingentes humanos que o sistema hoje exige para operar.

Mais que autonomia de vontade, ser livre no mundo contemporâneo é ser espontâneo, e no exercício desta espontaneidade entender que estamos todos inseridos num contexto sistêmico em que o custo de nossa inclusão e sobrevivência é compartilhar e fazer parte de um processo produtivo essencialmente antiético, em que nem sequer o lugar nobre da inocência nos é possível ocupar.

Mas no florescer mais intenso desta espontaneidade podemos transformá-lo, traduzir em mecanismos de cidadania global o que hoje é ilimitado e regido apenas pela força.

Assim desejo a todos os leitores, que tiveram a paciência de ler meus textos em 2011, que este Natal seja o nascer de nossa espontaneidade e que, através dela, em 2012 venha a destruição não do mundo e da vida, mas da morte que ronda nossa civilização.
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*Pedro Estevam Serrano é advogado e professor de Direito Constitucional da PUC-SP,mestre e doutor em Direito do Estado pela PUC-SP.
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2011 ano que mais se matou LGBT’s na Paraíba

No período de janeiro de 1990 a dezembro de 2011, foram registrados os assassinatos de 128 homossexuais no estado da Paraíba. Neste ano que se encera mataram em nosso estado 21 homossexuais: onze gays; seis travestis ou transexuais; três lésbicas e um heterossexual, distribuídos em oito municípios paraibanos, dentre eles João Pessoa, Campina Grande, Queimadas, Sousa, Cabedelo, Bananeiras, Santa Rita e Patos.

Os 21 crimes ocorridos em 2011 são apresentados no relatório do Movimento do Espírito Lilás- MEL, em parceria com a Comissão da Diversidade Sexual e Direito Homoafetivo da OAB/PB, o modelo de homicídio relatado define sua motivação no ódio por preconceito, além de repulsivo por sua futilidade é extremamente agressivo, onde quem o pratica não só deseja a morte daquele indivíduo, mas também sua desumanização e despersonalização de suas qualidades morais. Segundo Renan Palmeira vice-presidente do MEL, “Nos inquéritos é comum encontrarmos vítimas desfiguradas por disparos efetuados em seus rostos ou lesionadas por espancamentos gravíssimos, no ensejo de torná-los algo menos que um indigente”.

O crescimento dos assassinatos e das agressões contra a população LGBT no Estado da Paraíba demonstra a falta de ações de políticas públicas a este segmento social, de acordo com Luciano Vieira, presidente do MEL: “Temos conhecimento dos altos índices do aumento da violência contra a população paraibana em geral, porém a falta de políticas sociais, de leis que punam os agressores homofóbicos, a falta de uma política pública para a segurança efetiva e a rearticulação do conservadorismo expresso em alguns meios de comunicação e no cenário político regional motivaram o crescimento dos crimes de ódio contra a comunidade LGBT no nosso Estado”. Contudo, segundo Renan MEL: “Obtivemos ganhos reais em 2011 com o reconhecimento da união homoafetiva pelo STF, a visibilidade da luta pela cidadania LGBT na mídia nacional e regional e a participação da população na luta contra homofobia expressa na realização da 10° Parada da Cidadania LGBT de João Pessoa que contou com a participação de 30 mil pessoas”.

O Movimento do Espírito Lilás no encerramento do relatório de 2011 lamenta os assassinatos dos 21 homossexuais ocorridos na Paraíba, acreditamos que temos que ampliar o combate à homofobia em 2012, sensibilizando o poder legislativo nacional e regional na figura dos três senadores da Paraíba: Cássio Cunha Lima; Cícero Lucena e Vital do Rego e nossa bancada de 12 deputados federais para aprovar o PLC 122 que criminaliza a homofobia e que pune sua prática. E ainda, o MEL concede em memória o título de cidadão Espírito Lilás deste ano para Max Nunes Xavier, heterossexual de 24 anos, assassinado em Cabedelo em 8 de agosto, ao defender dois homossexuais que estavam sendo agredidos, seu exemplo de tolerância e de respeito com as minoria sócias e digno de gratidão e reconhecimento.

Lista dos LGBTs assassinados em 2011 -

João Pessoa

01. Geruza - nome civil desconhecido

Travesti encontrada morta de forma violenta em 01 de fevereiro de 2011, conforme relato da Central de Polícia o Inquérito foi remetido a 2ª DPC da capital.

02. Roberto Confessor da Silva

Travesti, de 28 anos de idade, foi executado a queima roupa com dois tiros quando chegava em casa após noitada com os amigos, por volta das 4h da manhã de domingo de 29 de maio de 2011, em Mangabeira. Populares disseram que o acusado pelo crime é um homem que mantinha relação sexual com a vítima.

03. Alexandro da Silva Oliveira

Líder religioso, homossexual assumido, de 34 anos de idade, executado a queima roupa com cinco tiros quando retornava para casa após ritual religioso. O homicídio aconteceu na Comunidade Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa na madrugada de quinta-feira, 6 de janeiro de 2011.

04. Beto Coveiro

Coveiro do cemitério Santa Catarina, localizado no bairro dos Estados em João Pessoa, homossexual assumido, morto a tiros no bairro de Mandacaru, em 30 de março de 2011.

05. Edilene Justino dos Santos

Lésbica, encontrada morta por enforcamento na casa de duas amigas no mês de março de 2011, familiares afirmaram que ela foi morta e assaltada.

06. Albanir Cardoso

Cabeleireira, de 37 anos de idade, assassinada na tarde de terça-feira, 28 de junho de 2011, no bairro São José em João Pessoa. Segundo informações, os acusados são dois homens que cometeram o crime e fugiram a pé. Ela foi morta com três tiros. Segundo a Polícia ela era lésbica e teria um relacionamento com outra mulher casada

07. Sérgio Benício de Sousa

Homossexual assumido, de 31 anos de idade, assassinado a tiros na comunidade de Baleado, no bairro de Mandacaru, na madrugada do sábado, de 29 de janeiro de 2011.

08. Travesti de identidade desconhecida

Travesti assassinada a pedradas no centro de João Pessoa, sábado 15 de janeiro de 2011. Identidade desconhecida.

09. Alexandro Lourenço Gonçalves - Baby

Travesti assassinado a tiros na rua do Bairro São José, em João Pessoa no dia 16 de agosto. Informações preliminares dão conta que o travesti foi baleado por duas mulheres. Elas teriam praticado o crime após um briga em uma casa de show da Capital.

10. Paulo Pereira Rocha Filho

Homossexual, líder religioso afro-brasileira, supostamente assassinado pelo parceiro que incomodado com a repercussão da relação, agiu contra sua vida. Fato ocorrido no dia 21.10.2011, na Rua Severino Manoel de Lima, QD. 213, LT 29, Loteamento Cidade Verde, Mangabeira VIII. IPL nº 733/2011, livro 238.

11. Edson Gomes da Silva

Homossexual, morto por arma de fogo em via pública, na lateral da Oficina SOS Oxigênio, Bairro das Trincheiras, no dia 12.11.2011. IPL nº 819/2011, livro 238

Campina Grande
12. Luiz Carlos das Neves

Ex-presidiário de 46 anos de idade, homossexual assumido, assassinado com 26 golpes de faca por volta das 2h de 31 de janeiro de 2011 em Campina Grande, na Avenida Floriano Peixoto. Do veículo, aparentemente nada foi levado.

13. Inete (Daniel Oliveira Felipe)

Travesti de 24 anos, identificado como Daniel Oliveira Felipe foi brutalmente assassinado com 30 facas por quatro rapazes na madrugada da sexta-feira, 15 de abril de 2011, em Campina Grande, câmeras flagraram o ocorrido.

14. Valderi Carneiro

Professor de língua portuguesa, de 44 anos, foi brutalmente assassinado por estrangulamento com sinais de luta corporal, encontrado morte, na noite de sábado, 9 de junho de 2001, às 17h30, dentro de uma pousada, no centro de Campina Grande, câmera flagraram os criminosos.

Queimadas
15. Luciana Batista Dantas

Dona de casa divorciada, de 38 anos, foi encontrada morta ao lado de um prédio abandonado de uma fábrica no distrito do Ligeiro, na cidade de Queimadas, em 10 de fevereiro de 2011. Foi violentada sexualmente antes de ter sido assassinada, o rosto estava completamente desfigurado por golpes de pedradas.

Sousa
16. Raimundo Inácio

O homossexual, de 50 anos, foi esfaqueado e estuprado na sexta-feira 25 de fevereiro na cidade de Souza, por um homem desconhecido. A vítima estava com um homem, não identificado, quando recebeu um golpe de faca peixeira no ânus.

Cabedelo

17. Max Nunes Xavier - Heterossexual.

“Heterossexual, de aproximadamente 24 anos, foi morto na madrugada de segunda-feira (8 de Agosto de 2011) em frente a um bar na praia do Jacaré, em Cabedelo na Grande João Pessoa. De acordo com informações da delegada Aurelina Monteiro, da 7ª DD, o crime teria ocorrido após uma discussão entre quatro homens, dois deles homossexuais. Max Nunes teria defendido os homossexuais que estariam sendo vítimas de homofobia. A delegada informou ainda que um dos homossexuais agredidos verbalmente acusou Aloísio Lucena, filho de um advogado criminalista e empresário da Capital, de ter cometido o crime. Ele é o principal suspeito e está sendo procurado pela Polícia.”(Fonte: http://www.portalcorreio.com.br/noticias/matLer.asp?newsId=191531).

Bananeiras - levantamento feito no dia 30.08.2011

18. Djair Pereira Cirne - Dija - Nº IP: 27/2011

Homossexual assumido, 53 anos, morto por volta das 07:00hr. no interior de sua residência, Sítio Chã do Lindolfo, no dia 12 de junho de 2011. Conforme perícia, o mesmo foi morto por espancamento, tendo o rosto desfigurado por golpes de instrumento, autoria desconhecida.

Santa Rita
19. Eliézer Gama dos Santos

Homossexual assumido, 35 anos, assassinado a tiros e ainda teve a cabeça esmagada por uma pedra, na madrugada do dia 17 de setembro de 2011.

Patos

20. José de Arimatéia da Silva

Travesti assumido, 27 anos, assassinado com vários tiros no dia 16 de outubro. O crime aconteceu às 22h na rua Ednaldo Torres, por trás da estação ferroviária da cidade de Patos.

21. José Adilson Nóbrega

Homossexual assumido, 23 anos, assassinado com dois tiros na cabeça no dia 8 de dezembro por volta da 00h30, encontrado em um lugar conhecido como Campo da Buraqueira no bairro Jardim Queiroz. A polícia acredita que tenha motivação de cunho homofóbico.
Assessoria do Mel

domingo, 25 de dezembro de 2011

O Natal das desigualdades sociais

Por Altamiro Borges
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Dois estudos divulgados nos últimos dias confirmam que este Natal não será nada generoso para os trabalhadores de várias partes do mundo. O relatório Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão que reúne os 17 países mais ricos, mostra que a distribuição de renda piorou entre 1985 e 2008 – antes mesmo da explosão da grave crise capitalista mundial.

Tragédia nos EUA e Europa


“A desigualdade nos países da OCDE alcançou seu nível mais alto no último meio século”, alerta o secretário-geral do órgão, Angel Gurría. A ofensiva neoliberal nas nações capitalistas mais desenvolvidas aumentou o fosso entre ricos e pobres. “A regulação mais flexível do mercado de trabalho contribuiu para aumentar a dispersão dos salários”, reconhece o relatório da OCDE.

Com a crise econômica deflagrada no coração do sistema a partir de 2008, o quadro só piorou, com milhares de demissões nos EUA e na Europa e várias medidas de arrocho salarial e corte de direitos trabalhistas. Estima-se que 14 milhões de trabalhadores estejam desempregados nos Estados Unidos e que 23 milhões vegetem na mesma situação nas nações européias.

Melhorias na América Latina

Já um levantamento da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), realizado em 17 países da região, indica que ocorreram importantes melhorias na distribuição de renda, em decorrência de vários programas sociais aplicados por governos mais progressistas. Apesar disso, a região continua com péssimos índices de distribuição de renda, segundo o coeficiente de Gini.

Segundo o relatório, na última década a taxa de pobreza da América Latina caiu 17 pontos percentuais. O índice que era de 48,4% em 1990 e baixou para 31,4% em 2010, o menor em 20 anos. Os dados são do relatório Panorama Social da América Latina 2011 divulgado no final de novembro. A Cepal aponta, porém, que os problemas estruturais da região ainda não foram enfrentados.
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Exclusivo: Diretor da Cagepa inocenta Júnior Macedo e diz que não houve ligação clandestina na propriedade do vereador do PMDB de Belém

O coordenador local da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) no município de Cacimba de Dentro, Geovane da Silva Borges, afirmou em depoimento na Delegacia de Polícia Civil da referida localidade que não houve ligação clandestina de água para a construção do empreendimento do vereador belenense Júnior Macedo (PMDB).

Geovane da Silva Borges disse que autorizou ao vereador Júnior Macedo a colocação de canos por baixo do asfalto, onde fica a adutora de água tratada, e reafirmou que foi um equívoco de um funcionário da Cagepa, pois não procede a informação de que estaria havendo uso indevido de água. [clique nas imagens abaixo]

Também em depoimento a Polícia Civil, o vereador Júnior Macedo disse que não é verdadeiro o fato lhe atribuído, e que “apenas iniciou a escavação para a colocação dos canos de água e do hidrômetro após manter contato com os funcionários da Cagepa” e que “em nenhum momento utilizou água da Cagepa na obra que esta construindo, pois até a presente data realizou apenas o serviço de limpeza da área para a construção de um Motel”.

Em conversa com editor do Folha13, o vereador Júnior Macedo falou que poderá processar alguns dos envolvidos por danos morais, já que o seu nome foi citado injustamente pela imprensa paraibana, atingindo negativamente sua imagem de empreendedor e de parlamentar. Júnior Macedo lamenta, por fim, que apesar de investir numa região desprovida de recursos, ainda é envolvido numa situação, no mínimo, constrangedora para ele e sua família.

Vi no Folha 13

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Luiz Couto beneficia mais uma vez o município de Belém com recursos para a aquisição de trator

Recursos já destinados para Belém ultrapassam meio milhão de reais

O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) disponibilizou para o município de Belém, através de emenda parlamentar, recursos para a compra de um Trator. O dinheiro [R$120.000,00] está na conta da Prefeitura de Belém que deu a contrapartida e deverá adquirir o trator nas próximas semanas, pois o processo de aquisição já foi licitado.

Além do trator, Luiz Couto já enviou durante o seu mandato recursos para a prefeitura adquirir equipamentos odontológicos (R$ 64.031,00), construção de cisternas (R$ 54.000,00), construção de banheiros, inclusive no Distrito de Rua Nova (R$ 70.000,00), aquisição de ônibus escolar (R$ 115.000,00), entre outras ações que demonstram o compromisso do parlamentar petista com a melhoria da qualidade de vida dos belenenses.

Juntando os recursos, citados anteriormente, com as emendas parlamentares do deputado em apoio a Festa do São Pedro de Belém, o montante de recursos destinados ao povo belenense por Luiz Couto ultrapassa a casa de meio milhão de reais durante a gestão do prefeito Roberto Flávio.

Vale destacar, finalmente, que o petista Luiz Couto é um dos parlamentares mais atuantes na defesa dos direitos humanos, combatendo a corrupção, os grupos de extermínio, a exploração infanto-juvenil, atuação firme que o faz sofrer ameaças de morte, e por isso é protegido, diariamente, por agentes da Polícia Federal.
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Vi no Folha 13

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Rumos incertos do PT paraibano

PT da Paraíba Marcado pela falta de diálogo e legitimação.
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Por Valter Campelo – 15/12/2011 -
PT Campina Grande/PB.
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Está cada vez mais difícil pensar em uma convivência harmoniosa no PT paraibano. Existe um passivo de conflitos não trabalhados que impedem um diálogo minimamente respeitoso entre os dirigentes do PT e a militância.
Independentemente de qual maioria se formar nos próximos anos, a ausência de debates sobre os rumos do partido e a falta de legitimidade dos atuais dirigentes levará a um afastamento maior entre os envolvidos.
Somente a garantia da manifestação livre dos filiados poderia conferir legitimidade a uma direção que teria a tarefa de estabelecer alguns pontos de acordo de convivência e respeito.
Como garantir a realização de um pleito no qual se manifestem os filiados interessados nos rumos do partido sem a interferência externa ou sem a utilização de mecanismos ilícitos de captação de votos?
Os cargos partidários precisam deixar de ser meios de negociação com governos e gabinetes de cargos e vantagens para um ou outro grupo político. É fundamental retomar a liderança e direção partidária como manifestação de orientação política, qualquer que seja ela, dentro do horizonte histórico do partido.
Deixei de integrar a direção partidária a partir do momento em que deixaram de ser espaços de discussão de políticas para se tornar meios de obtenção de vantagens para os dirigentes e seus grupos.
A discussão que deveríamos travar prioritariamente é aquela ligada às políticas que levem à melhoria das condições de vida da população e o aumento crescente da democracia no Estado.
São legítimas as alianças e é legítimo defendê-las. O que não é legítimo é permitir que outros partidos manipulem as decisões partidárias como moeda de troca de manutenção ou obtenção de cargos em governos ou gabinetes por parte de uma minoria.
Defender candidatura própria para o partido nas eleições de 2012 é legítimo, mas não menos legítimo é defender a manutenção de alianças que estejam no rumo dos objetivos do partido.
O que acontece em Campina Grande é a deterioração da ação partidária. Um partido dirigido de fora, seguindo as ordens de pessoas estranhas ao partido, de maneira subserviente. Não temos uma aliança verdadeira em Campina Grande, onde partidos se unem para governar uma cidade tão importante como a nossa. Existe uma hierarquia entre partidos que impede o debate livre sobre os rumos da administração. Independente do tamanho do partido, as relações políticas deveriam ser de respeito e diálogo.
A defesa de candidatura própria em Campina soa falsa, pelo fato do presidente do partido ser pessoa de confiança do PMDB, sem a indispensável independência e autonomia para conduzir a discussão sobre a manutenção ou não da aliança em Campina, e junto com ele estão diversos dirigentes que sobrevivem das benesses que o poder público pode lhe oferecer. Que liberdade tem um dirigente para decidir uma aliança ou não se o seu contracheque do governo é o seu ganha-pão?
Que garantia teremos de uma manifestação livre dos filiados em uma possível decisão no voto?

Papa Bento XVI é denunciado ao tribunal de Haia por vítimas de pedofilia

Vítimas de padres pedófilos denunciam autoridade máxima da Igreja Católica em tribunal internacional por acobertar crimes sexuais contra crianças de todo o mundo
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Uma associação norte-americana de vítimas de padres pedófilos anunciou nesta terça-feira (13) ter apresentado queixa ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o papa Bento XVI e outros dirigentes da Igreja Católica por crimes contra a humanidade.
 
Os dirigentes da associação SNAP, orientados pelos advogados da ONG norte-americana "Centro para Direitos Constitucionais", entraram com uma ação para que o papa seja julgado por "responsabilidade direta e superior por crimes contra a Humanidade, por estupro e outros casos de violência sexual cometidos em todo o mundo".
 
A organização acusa o chefe da Igreja Católica de "ter tolerado e ocultado sistematicamente os crimes sexuais contra crianças em todo o mundo".
 
Além do papa, foram acusados três cardeais que têm ou tiveram responsabilidades de primeiro plano na Cúria: o secretário de Estado e segundo da Santa Sé, o italiano Tarcisio Bertone, seu antecessor Angelo Sodano, também italiano, e o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o estadunidense William Levada, que sucedeu Joseph Ratzinger antes deste ser eleito papa, convertendo-se em Bento XVI.
 
À queixa acrescentaram 10 mil páginas de documentação de casos de pedofilia. Membros da SNAP provenientes de Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países muito afetados pelo grande escândalo de pedofilia que envolve a Igreja, foram a Haia pedir a abertura desse processo judicial contra o papa e seus assessores "por sua responsabilidade direta como superiores hierárquicos".
 
"Crimes contra dezenas de milhares de vítimas, a maioria crianças, foram escondidos pelos líderes nos mais altos níveis do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos levam a Roma", declarou a advogada do grupo, Pamela Spees.
 
Os bispos e, em alguns casos, o próprio Vaticano rejeitaram ou ignoraram muitas das queixas das vítimas de padres pedófilos. O escândalo desacreditou a Igreja em vários países na Europa.
 
O papa Bento XVI expressou sua vergonha e pediu desculpas, apelando para a tolerância zero contra os pedófilos. Ele também pediu aos bispos do mundo, que têm a responsabilidade primária sobre seus sacerdotes, a plena cooperação com os tribunais criminais.
 
A SNAP não acredita nesse desejo de transparência e justiça, e não moderou suas acusações. Em função disso, a organização iniciou nesta terça-feira (13) uma campanha de informação que levará seus integrantes a Amsterdã, Bruxelas, Berlim, Paris, Viena, Londres, Dublin, Varsóvia, Madri e Roma, onde pretendem "levar a queixa às portas do Vaticano".
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Liberadas fotografias de vítimas dos “vôos da morte”

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos entregou à justiça argentina um arquivo com mais de 130 fotografias de corpos encontrados nas costas uruguaias, e que corresponderiam a vítimas da ditadura militar argentina lançadas ao mar nos denominados “voos da morte”. O arquivo, que permaneceu confidencial durante 32 anos, é parte de um dossiê com imagens e informes redigidos por serviços de inteligência uruguaios. Para a justiça argentina, trata-se de uma das provas mais claras da existência dos voos da morte. O artigo é de Francisco Luque, direto de Buenos Aires.
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Reportagem da Telam sobre os vôos da morte(07/05/2010)
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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) entregou hoje à justiça argentina um arquivo com mais de 130 fotografias de corpos encontrados nas costas uruguaias, e que corresponderiam a vítimas da ditadura militar argentina lançadas ao mar nos denominados “voos da morte”. O arquivo, que permaneceu confidencial durante 32 anos, é parte de um dossiê com imagens e informes redigidos por serviços de inteligência uruguaios que dão conta da descoberta de corpos na zona de Laguna de Rocha e que, presumivelmente, foram arrastados pelas correntes marinhas até à costa uruguaia. Para a justiça argentina, dada a magnitude da evidência, trata-se de uma das provas mais claras da existência dos voos da morte.

Esta informação está registrada no informe “Observação in loco”, nome com o qual a CIDH denominou a visita que fez a Argentina entre 6 e 20 de setembro de 1979. Aquela visita e os informes redigidos na ocasião deram conta de modo contundente do plano de extermínio executado pelos militares argentinos – aglutinados na Escola de Mecânica da Armada (Esma) – e cujo ato bárbaro culminante foi a desaparição de presos políticos lançados vivos ao mar. O informe também relata de maneira direta o drama que a Argentina vivia durante a ditadura em função da “ação das autoridades públicas e de seus agentes, e das numerosas e graves violações dos direitos humanos que ocorriam no país”.

As fotografias dão conta da crueldade com que atuavam os agentes da ditadura: corpos com os pés e mãos amarradas, cordas feitas com cortinas de persianas, queimaduras de cigarros, feridas, evidências de torturas e orifícios de balas. Um corpo de mulher que parecia ter passado muito tempo na água ainda mantinha as unhas de seus pés pintadas. Em alguns casos, estão inteiros, mas comidos pela fauna marinha; inchados, putrefatos, sem cabelos nem olhos. Em outros, parecia que o dano tinha sido feito previamente.

Segundo os informes da inteligência uruguaia, a maioria dos corpos apareceu com ataduras rústicas, ou com traços delas. Isso demonstraria que as vítimas tiveram os pés e mãos imobilizados e, assim, não tiveram possibilidade alguma de nadar e salvar-se após serem jogadas vivas nas águas. Um informe apócrifo sobre a descoberta de um corpo feminino, feito em abril de 1976, assinala: “O corpo apresentava indícios externos de violência: sinal de violação, provavelmente com objetos perfurantes, fraturas múltiplas. Não há nenhum possível elemento de identificação. O corpo foi extraído desnudo das águas e as impressões digitais obtidas não trouxeram respostas positivas”.

Os primeiros informes datam de 1975. Entre os papéis se encontram mapas com os ciclos das correntes e indicam Buenos Aires como ponto de partida. Estes dados permitem inferir que os corpos pertencem a desaparecidos argentinos. Também se encontraram moedas e cédulas argentinas e uma carteira de Santa Fé.

Os documentos foram entregues pelo secretário executivo da CIDH, o argentino Santiago Cantón, ao juiz Sergio Torres, encarregado da mega-causa ESMA, que investiga os voos da morte. A comissão desconhece a origem dos documentos. Só sabem que alguém os entregou em 1979. É possível pensar que sejam resultado das imagens feitas por um ex-marinheiro uruguaio, Daniel Rey Piuma, que desertou da força, pediu refúgio no Brasil e difundiu as imagens por meio de uma organização civil no início dos anos 80. Parte desta informação apareceu no livro “Um marinheiro acusa”, publicado em 1988.

A entrega destes arquivos para a justiça argentina representa uma mudança de paradigma no funcionamento da CIDH, já que é a primeira vez que ela abre seus arquivos confidenciais para um processo judicial. Embora esses documentos ainda não tenham sido corroborados, a justiça argentina os considera fundamentais não só para o caso dos voos da morte, mas também porque pode embasar um pedido para que o Estado uruguaio desclassifique todos os documentos relacionados com a descoberta de corpos na mesma época.

“Estes documentos podem servir para identificar pessoas e mostram a existência das torturas, das violações, das ataduras. Até agora, as provas dos voos da morte eram todas testemunhais. Estas [fotos] são chave pelo seu caráter de imediatez, são um registro daquele momento”, assinalou o secretário Santiago Cantón.

Estes documentos não são os primeiros que a CIDH entrega à justiça argentina. Este ano, o juiz Torres viajou a Washington e revisou 60 caixas com documentos sobre denúncias recebidas pela Comissão durante a última ditadura. Grande parte desse material foi escaneado e já faz parte do processo. Cantón explicou que, dado o tempo transcorrido, a democracia na Argentina e a firme determinação da Comissão em colaborar com as causas de direitos humanos, “é possível abrir muito mais documentos”.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Manual de justificativas pra velha mídia alegar por que deixou passar em branco o livro do Amaury

1. Pensei que era tudo legal, por isso não demos naquele momento.

2. Faltou tempo.

3. Faltou espaço.

4. Faltou vergonha.

5. O FHC disse que tudo tinha sido bem feito e era pelo bem do Brasil.

6. Já tinha resenha do livro do FHC.

7. O Serra ligou e pediu pra não dar nada.

8. Achamos que ia ficar chato pra nós.

9. Achamos que as Veronicas iam ficar muito mal.

10. Não achamos que ia dar público.

11. Deixamos pra dar mais tarde.

12. Não gostamos de matérias sensacionalistas.

13. Já tinha saído na mídia alternativa.

14. Isso é trololó do PT.

15. Se privatização fosse ruim, o FHC não teria feito.

16. Nós somos empresas privadas, gostamos disso.

17. Nós apoiamos na hora, somos coerentes, não íamos mudar de ideia só porque nos provem o contrário.

18. Deu preguiça de ler aquele troço todo.

19. Já escondemos tanta coisa, uma a mais, uma a menos...

20. As empresas estão melhor (pra nós) na mão de capitais privados.

21. Ia ficar mal pra nós.
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Vi no blog do Emir Sader

Depois dos ciganos, Sarkozy proíbe também os mendigos em Paris


O governo francês emitiu uma série de decretos para banir a circulação de mendigos nos principais pontos turísticos e comerciais de Paris, a poucos dias do Natal. O ministro do Interior, Claude Guéant, que é o braço direito do presidente Nicolas Sarkozy, afirmou que prender e multar mendigos são ações cruciais para impedir que visitantes estrangeiros sejam "importunados" por "delinquentes".

Com a economia francesa em crise e o espectro de outra recessão, a população desabrigada está mais presente que nunca pelas ruas de Paris, nas entradas do metrô. Muitos ativistas têm cobrado uma atuação mais enérgica do governo sobre a crise de moradias no país. Mas, a resposta do presidente Nicolas Sarkozy foi lançar uma guerra contra os mendigos.

Segundo a versão online do jornal britânico The Guardian, a avenida Champs Elysées foi a primeira da lista de locais vetados a mendigos – a proibição, que já estava aprovada de setembro até janeiro, foi estendida até o próximo verão francês.

Agora, dois outros locais tradicionais no Natal parisiense foram banidos de pedintes: os arredores das famosas Galerias Lafayette e das lojas de departamento Printemps, assim como o museu Louvre e os Jardins Tuileries. Os decretos incluem prisões e multas para os mendigos.

Críticos chamaram as medidas de "o último round" na campanha de Sarkozy contra romenos e ciganos. O prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, qualificou a iniciativa contra os mendigos como um "truque de relações públicas" barato, desenhado só para "estigmatizar parte da população". Segundo ele, "o desejo de combater a pobreza pela repressão e com multas é chocante em um momento em que o Estado não está cumprindo suas obrigações em matéria de habitação para jovens vulneráveis ou de alojamento de emergência".

O ministro Guéant afirmou que os decretos antimendigos eram parte de uma "luta implacável" contra a "criminalidade romena". Segundo o ministro do Interior, criminosos provenientes da Romênia representam um em cada seis réus em cortes de Paris, e metade dos presos é de menores de idade.

No ano passado, Sarkozy provocou a indignação internacional ao vincular a imigração à delinquência e ter se comprometido a expulsar ciganos e destruir acampamentos ilegais. O número de ciganos na França não mudou desde a destruição destes campos,  mas ONGs advertem que agora eles vivem em maior pobreza, com um clima de medo e intimidação contra eles..
Vi no Portal Vermelho
Com agências

sábado, 10 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mídia censura "A privataria tucana"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Nos últimos anos, qualquer livro de autoria de desafetos ou adversários políticos do ex-presidente Lula e/ou do PT recebeu monumental cobertura da grande mídia. Tais obras costumam ser anunciadas em portais de internet, revistas semanais, jornais, televisões e rádios apesar de não conterem nada além de insultos e acusações sem provas.


Que interesse público ou meramente jornalístico pode ter um livro que chama o ex-presidente Lula de “anta” ou outro que chama de “petralhas” os mais de um milhão de filiados do Partido dos Trabalhadores? Apesar disso, esses livros, escritos por pistoleiros contratados para caluniar e xingar, são anunciados o tempo todo pelos grandes meios de comunicação.

Neste fim de semana, chega ao público um livro que, apesar de jamais ter sido sequer mencionado em um grande jornal ou em qualquer outro grande meio de comunicação, era aguardado por dezenas de milhares de internautas que dele souberam através da blogosfera e de uma única revista semanal, a Carta Capital.


O livro recém-lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., acusado no ano passado pela grande mídia de integrar complô para montar dossiê contra José Serra, pode não conter apenas acusações sem provas ou meros xingamentos. Segundo o autor, apresenta provas de roubo de dinheiro público no processo que o jornalista Elio Gaspari batizou como “privataria”.


É revelador como o livro "A privataria tucana" jamais recebeu um único comentário inclusive do autor do termo que resume o que foi o processo de privatização de empresas públicas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ou seja, um dos maiores saques sofrido pela nação em toda a sua história e que superou até a roubalheira da ditadura militar.


A imprensa que vive se dizendo “independente”, portanto, ao tentar esconder o livro “proibido” está dando a ele a maior contribuição que poderia.


Explico: se fosse uma obra fraca, com denúncias fracas, seria excelente alvo para veículos partidarizados como Globo, Veja, Estadão e Folha. Se a escondem, é porque seu conteúdo deve ser arrasador. E como quem se interessa por assuntos assim certamente tem acesso à internet e a blogs políticos, a censura aumentará o interesse.


Os grandes meios de comunicação fazerem de conta que não viram o livro, portanto, talvez seja tão importante quanto seu conteúdo, pois pessoas bem-intencionadas que têm dúvidas sobre o partidarismo político daqueles meios agora dispõem de prova incontestável desse partidarismo.


Ora, imprensa que se diz “independente”, se fosse mesmo não precisaria concordar com um livro considerado bombástico para noticiar seu lançamento ou para produzir análises de seu conteúdo. O lançamento da obra é um fato político saboroso para qualquer jornalista de verdade. Aliás, é escandaloso que o autor do termo “privataria” tenha se calado.


Este blogueiro ainda não leu o livro, o que começará a fazer no fim de semana. Até aqui, portanto, não sabe se as denúncias são fundamentadas. Pelo tratamento que a obra está recebendo da mídia, é possível concluir que deve ter muito mais do que suposições e xingamentos.


Se assim for, a mera publicação da obra não desnudará tão-somente o partidarismo de uma máfia que se autoproclama “imprensa independente”; permitirá que os setores pensantes e decentes da sociedade descubram se o Brasil tem Poder Judiciário ou se são todos comparsas dos poderosos chefões midiáticos.
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Brizola Neto e a sabedoria de Hugo Chávez


O papel didático dos líderes

por Brizola Neto, no blog Tijolaço


Peço perdão por escrever na primeira pessoa, mas é necessário.

Em 2005, quando estive na Venezuela, tinha – e o confesso – uma certa reserva em relação a Hugo Chávez.

Embora o considerasse um líder popular de grande valor, não conhecia suas qualidades intelectuais e, com preconceito, achava que não eram grandes.

Mas,coincidentemente, eu estava vendo televisão no dia da Independência. Intrigou-me o insólito, para quem acompanha os nossos desfiles aqui, de ver soldados do Exército vestidos com uniformes de quase dois séculos, executando grandes coreografias das batalhas que levaram à independência do país, com cargas, recuos e uma representação dos revezes e vitórias daqueles combates.

Pouco mais tarde, assisti também Chávez falar na cerimônia do das “actas de la independencia” , onde se registraram as decisões de livrar o país do jugo espanhol.

Falou por quase duas horas. E, confesso, nunca tive a oportunidade de aprender tanto sobre a relação das guerras napoleônicas, no início do século 19, na Europa e os movimentos de libertação na América Latina – e olhem que a nossa, em 1822, tem também nelas a sua raiz.

A fala era simples, mas com momentos de arroubos e metáforas.

Naquela ocasião, um mês depois da morte de Brizola, fiquei pensando: porque certos líderes falam tanto, de maneira tão original e tão presos a contar a história de seus países e vidas?

Muitas vezes penso nisso, quando vejo a objetividade marqueteira que tomou conta de nosso discurso político, o desaprendizado de nossa história, a pobreza intelectual fantasiada em termos pedantes ou sofisticados que tomou conta da vida pública – e nisso não estão apenas os partidos e os governos, mas a imprensa, a intelectualidade, os “profissionais” e o “politicamente correto”.

Sábados chuvosos são propícios a dores nas juntas e a reflexões aparentemente descabidas como esta.

Mas, como nos sobra algum tempo, achei que devia reproduzir o vídeo acima, que reproduz o diálogo entre Hugo Chávez e Cristina Kirchner, num encontro entre ambos esta semana, durante a cúpula da América Latina e do Caribe, em Caracas, capital venezuelana.

Faria Duda Mendonça e Nizan Guanaes, os nossos papas da marquetagem política ter uma síncope ver dois presidentes conversando assim, diante das câmaras de televisão.

Mas é, para quem tem capacidade para ouvir algo diferente do som oco da política, uma aula, não só de história, mas também do papel didático que os líderes populares devem ter: o de ajudar seu povo a compreender sua história, a entender-se com parte de uma grande marcha humana e a eles, líderes, não como indivíduos apenas, mas como personagens de um processo social que cruza o tempo, ora evidente e agitado, ora subterâneo e silencioso.

Se puder, assista. O castelhano é, com um pouco de esforço, compreensível. Uma ou outra referência histórica que nos falte é insignificante. O sentido geral da liberdade e da afirmação dos povos está ali, nítido, evidente, sonoro. A simplicidade que marca os grandes, também.

No próximo post a gente devaneia menos e volta à objetividade…perdoem.
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Lendas e mitos sobre Cuba e o SUS: você está sendo manipulado

CUBA alfabetizou 6 milhões de pessoas em 28 países da América Latina, Caribe, África, Oceania e Europa. E por que CUBA é tão criticada pela imprensa do Brasil e EUA?-

Foto: http://blogsintesecubana.blogspot.com

Quantos países com mais de 100 milhões de habitantes dispõem de um sistema público e gratuito de saúde? Só o Brasil. Então os EUA, por exemplo, não têm o seu SUS? Não. Não dispõem de nada sequer parecido. Os pobres de lá ― e já são 46 milhões ―, estão entregues à própria sorte. Tá, mas no SUS certamente doenças graves, cujo tratamento seria muito custoso na rede privada de saúde, não são tratadas! Não, também.

Pacientes com câncer, por exemplo, são tratados pelo SUS. O Brasil, aliás, é o único país do mundo ― do mundo(!) ― que trata, gratuitamente, a esclerose múltipla. Mais: distribui, com o dinheiro dos impostos de que tanto reclamamos o pagamento, todos os remédios para todas as doenças incuráveis do país. Ôxe, e por que a nossa mídia tupiniquim não valoriza o SUS? Por que nós mesmos somente criticamos o SUS, mesmo que em alguma vez na vida já tenhamos sido por ele atendidos?
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Do SUS pra CUBA, os cubanos devem ser extremamente antipáticos ao seu ex-presidente Fidel Castro, não? Afinal, trata-se de um dirigente que esteve por 49 anos no poder. Nada disso. O povo cubano ama e respeita seu presidente. E por que tantos cubanos querem deixar o país, segundo a imprensa com estardalhaço nos “informa”? Bem, certamente Fidel Castro não é unanimidade. Por outro lado, CUBA continua sob ataque constante dos EUA, oficialmente, inclusive, permanece em estado de guerra. Ora, alguém que abandone o seu país em guerra é considerado desertor. Lá não é diferente. Pra se ter uma ideia, além do bloqueio econômico imposto a CUBA pelos EUA desde 1962 ― e, por conseguinte, imposta (e “aceita”) a sua adesão a diversos países ―, só nos primeiros 14 anos após a Revolução Popular CUBA sofreu quase 6.000 ataques terroristas patrocinados pelos EUA. Logo os EUA, oficialmente tão preocupados com o terror...
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Pobre, como é, a pequena CUBA então deve ser um descalabro em questões de saúde e educação, certamente. Também não. Muito ao contrário. CUBA tem um sistema de saúde público e gratuito de primeiro mundo em se tratando de recursos humanos e tecnológicos, e praticamente não há analfabetos, tampouco miséria absoluta. Para que se tenha uma ideia, com seu método de alfabetização “Eu posso, sim”, CUBA logrou alfabetizar, pasme, cerca de 6.000.000 de pessoas em 28 países da América Latina, Caribe, África, Oceania e Europa. E por que CUBA é tão criticada pela imprensa do Brasil e EUA? Por que a gente critica CUBA?
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Por meio de que fontes de informação, enfim, a gente conhece o SUS e CUBA?
.André Falcão é advogado, escritor e editor do Blog do André Falcão. Escreve coluna quinzenal em Pragmatismo Político.
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