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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Luiz Couto: "Manoel Júnior não teve competência para ser indicado a ministro".

Logo após ser preterido na disputa pelo Ministério do Turismo, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) apressou-se na tentativa de provar sua inocência no que teria sido o principal motivo para que a presidente Dilma Rousseff não recorresse a seu nome na hora de substituir Pedro Novais. Manoel Júnior é acusado de ser mandante do assassinato de um vereador na cidade de Pedras de Fogo, na Paraíba.

Frente às acusações, que constam no relatório da chamada CPI dos Grupos de Extermínio (2005), o PMDB achou que não seria apropriado insistir no nome do deputado. Alegando inocência, Manoel Júnior foi até o Palácio do Planalto, com o relatório da CPI em mãos, e disse ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que as acusações contra ele não passam de calúnia do deputado Luiz Couto (PT-PB), relator da CPI dos Grupos de Extermínio de 2003 a 2005. 

Em entrevista exclusiva a Terra Magazine, Luiz Couto ataca: "Manoel Júnior não teve competência para disputar com outras pessoas (a indicação para o Ministério do Turismo), e agora vem colocar a culpa em mim?".

O deputado petista diz ainda que as acusações contra Júnior estão no relatório e que ele não pode "rapinar" o depoimento de ninguém. E completa: "Seu Manoel Júnior precisa cobrar é do senador José Sarney (PMDB-AP), que não o aceitou como ministro. Eu não tenho nada a ver com isso. Foi uma escolha do PMDB, o partido dele".

Gastão Vieira (PMDB-MA), ligado à família Sarney, foi nomeado ministro do Turismo com forte influência do presidente do Senado. Desde a manhã desta sexta-feira (16), Terra Magazine procura o deputado Manoel Júnior, mas ainda não obteve retorno.

Confira os principais trechos da entrevista.

Terra Magazine - Por que o nome do deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) está na CPI dos Grupos de Extermínio?

Luiz Couto - Depoimentos foram prestados e eu, como relator, tenho que registrar o que as pessoas declaram em compromisso com a verdade. Na época (2003-2005), pedimos que fossem feitas investigações profundas das acusações, mas não foi pedido nenhum indiciamento. O Ministério Público e a Polícia Federal não investigaram nada até hoje. Não posso rapinar o depoimento de ninguém. E esses depoimentos são de pessoas que já não estão mais entre nós, foram assassinadas.

Quais são as denúncias contra o deputado Manoel Júnior?
Há depoimentos que dão conta de que ele seria o mandante do assassinato de um vereador da cidade de Pedras de Fogo (município na Paraíba, fronteira com Pernambuco, onde Manoel Júnior já foi prefeito). Na época, pedimos investigação, que não foi feita.

O deputado Manoel Júnior diz que é inocente e que a história não passa de uma calúnia do senhor. E diz que vai pedir uma acareação para que o senhor se explique...
É a justificativa que ele usa para não ter sido escolhido para o Ministério do Turismo. Seu Manoel Júnior precisa é cobrar do senador José Sarney (PMDB-AP), que não o aceitou como ministro. Eu não tenho nada a ver com isso. Foi uma escolha do PMDB. Agora, eu não vou fazer acareação nenhuma. Esse relatório não é meu, ele é um relatório do Parlamento, que foi aprovado por unanimidade.

O senhor acredita que ele teria qualificação para ser ministro do Turismo?
Manoel Júnior não teve competência para disputar com outras pessoas e agora vem colocar a culpa em mim? Ele está sofrendo da síndrome da raposa derrotada, aquela que não conseguiu chegar às uvas e prefere dizer que elas estão verdes demais, azedas demais, maduras demais... Essa figura não me respeita.

E o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB-MA)? Tem qualificação?
Sarney indicou o Gastão, que eu conheço, é uma pessoa competente, respeitadora, e tem a ficha limpa, pelo que sei.
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Postado no Terra Magazine

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