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sábado, 10 de setembro de 2011

11 de setembro e as mentiras de Bush

Por Altamiro Borges
 
Para justificar a sanguinária ocupação do Iraque, iniciada em março de 2003 e que já causou a morte de 700 mil iraquianos e de mais de 3 mil soldados estadunidenses, o presidente-terrorista George W. Bush difundiu pelo mundo três falsidades grosseiras, que passaram a ser amplamente divulgadas pela mídia hegemônica. Contumaz mentiroso, ele garantiu que Saddam Hussein produzia armas biológicas, químicas e nucleares; que ele teve papel destacado no apoio operacional aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001; e que ele mantinha estreitas ligações com a rede terrorista Al-Qaeda de Osama bin Laden.

Pouco antes do início da agressão, o secretário de Estado dos EUA, o general Colin Powell, apresentou no Conselho de Segurança da ONU, em fevereiro de 2003, as “provas cabais” que evidenciariam a produção das armas de destruição em massa. Elas incluíam algumas fotos aéreas desfocadas; a tradução de diálogos em árabe gravados pela CIA; a relação de tubos de alumínio comprados pelo Iraque que se destinariam à produção de armas nucleares; o testemunho de vários iraquianos sobre a existência de laboratórios móveis de armas químicas; e um “excelente” documento distribuído pelo serviço de inteligência da Grã-Bretanha.
 
“45 minutos do ataque nuclear”

Powell foi enfático na sua apresentação. “Saddam Hussein está tão determinado a ter a bomba nuclear que fez repetidas tentativas clandestinas para comprar tubos de alumínio, com certas especificações, em onze países diferentes”. “Soldado disciplinado”, como gostava de se gabar, o servil general também apresentou na ocasião um texto de 32 parágrafos “revelando as estreitas relações” entre Saddam e a Al-Qaeda. Hábil, chegou a sugerir que os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono teriam sido tramados em Bagdá. Não restavam dúvidas: o Iraque era o centro do terrorismo mundial e devia ser imediatamente atacado!


Seu depoimento na ONU seguiu à risca o script elaborado na Casa Branca. Para gerar o necessário clima de histeria coletiva, o vice-presidente Dick Cheney jurou que “Saddam pode lançar, em 45 minutos, um ataque nuclear ao EUA”. A mídia ianque amplificou esta versão oficial, dando-lhe um tom apocalíptico, gerando pânico em várias cidades, com a compra de máscaras de proteção e a procura por abrigos. Já na Grã-Bretanha, onde era maior a desconfiança diante do servilismo de Tony Blair, o “cachorro sarnento”, o jornal The Sun, do magnata Rudolf Murdoch, estampou na capa: “Ingleses a 45 minutos do apocalipse”.


Falsidades rejeitadas na ONU


As mentiras dos pupilos de Bush, entretanto, não convenceram os membros do Conselho de Segurança da ONU. Algumas das “provas cabais” até causaram mal-estar e ironia. As fotos desfocadas poderiam ser de qualquer parte do deserto da região; já as gravações, todas trucadas, foram forjadas pela CIA; quanto aos tubos de alumínio, inspetores da ONU já tinham provado, em 2001, que eles não poderiam ser usados em centrifugadoras destinadas ao enriquecimento do urânio, já que era “pesados demais, grossos demais e, na certa, vazariam”. Não havia risco de “um ataque nuclear em 45 minutos”, como alardeava Dick Cheney.


Já os tais laboratórios móveis foram denunciados por conhecidos membros do bando do ex-agente da CIA Ahmed Chalabi – milionário iraquiano residente no exterior e processado por vários casos de corrupção. Steve Allinson, ex-inspetor da ONU que esteve nos locais mostrados por Colin Powell, também contestou esta prova cabal. “A informação que nos deram era de que havia sete ou oito caminhões refrigerados, com agentes biológicos. Mas eram caminhões velhos, com teias de aranha. Nada de agentes”. Na prática, após sete anos das brutais sanções da ONU, o Iraque não tinha capacidade militar para ameaçar nenhum país.


Mas o que desmoralizou de vez as mentiras foi a reação pública do governo britânico, que desautorizou o “excelente documento”, após a confirmação de que ele continha informações retiradas da internet por um jovem estudante da Califórnia. Já no que se refere às ligações entre a Al-Qaeda e o governo iraquiano, até o mais novato assessor da ONU sabia que o primeiro grupo é vinculado aos xiitas e que Saddam Hussein liderava os sunitas – e que ambos vivem às turras e não negociam acordos comuns. O próprio governo do Iraque, temendo novas sanções da ONU, alertara o órgão para o risco de atentados da Al-Qaeda nos EUA.
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Postado no blog do Miro

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