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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O sonho de “matar” Lula

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Com a espantosa inteligência política que lhe é característica, o ex-presidente Lula deu uma resposta arrasadora àqueles meios de comunicação que o fustigam sem parar desde que enfrentou Fernando Collor de Mello na eleição presidencial de 1989.
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Durante participação nas comemorações dos 31 anos do PT, o ex-presidente foi direto ao ponto ao considerar que estão tentando criar diferenças entre o governo dele e o de Dilma Rousseff. Disse, textualmente, o seguinte:
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O fracasso de Dilma é o meu fracasso. Se a grande desconstrução do governo Lula é falar bem do governo Dilma, eu posso morrer feliz
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Visivelmente assustada com a possibilidade real de o PT manter o poder em 2014, a direita midiática inventou duas táticas principais que terão que ser “tratadas” devagar e sempre pelos que se opõem ao seu sonho de “matar” Lula politicamente.
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Uma dessas táticas é a de tentar envenenar a relação entre o ex-presidente e a sucessora, mirando no histórico verdadeiro de crias que se voltam contra os criadores, como no caso de Pitta contra Maluf, de Fleury contra Quércia ou, mais recentemente, de Kassab contra Serra.
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Aliás, se formos generosos com a direita, haverá que considerar que também na esquerda há fenômenos similares, ainda que não sejam idênticos aos que se viu na direita.
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De fato, há um sem-número de esquerdistas que se tornaram os piores inimigos de Lula. O PSOL que o diga. Contudo, trata-se de uma cizânia entre meros correligionários e fundada muito mais na vaidade e nos projetos pessoais dos que se sentiram preteridos pelo líder petista.
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Os motins de Pitta, Fleury ou Kassab decorreram da percepção que eles tiveram de que seus padrinhos políticos estavam em processo de degenerescência política e deles decidiram se afastar. E é aí que entra a segunda parte da estratégia midiática.
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A percepção da direita midiática é a de que, sem Lula ter como se manifestar sonoramente agora que deixou o poder – e com a suposta afasia política de Dilma que essa direita vê no estilo “discreto” dela –, será possível realizar esse antigo e tão acalentado sonho.
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O método de desconstrução do governo Lula que criaria o ambiente para uma cizânia entre o seu protagonista e a sucessora é o de apontar uma herança maldita em um governo que saiu apoiado por 83% da população devido a ter gerado um bem-estar social inédito em todas as classes sociais e regiões do país.
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A aposta é a de que ninguém se perguntará como a mídia pôde negar que foi herança maldita o país quebrado e em crise que Lula recebeu de FHC enquanto afirma que é herança maldita o país em processo de crescimento e com tantas perspectivas de futuro que Dilma herdou.
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De uma coisa, porém, todos podem ter certeza: se a aliança entre Lula e Dilma não foi produto de mero conchavo eleitoreiro, essa cizânia pode nunca acontecer. Tasso Jereissati e Ciro Gomes estão aí para mostrar como relações de amizade sobrevivem a tudo.
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O fato é que a direita se deixa convencer pelo seu discurso político sobre Lula, negando-lhe a sua inquestionável inteligência ou qualquer de seus méritos, inclusive de caráter. E confunde a postura política discreta de Dilma com desejo de se diferenciar do antecessor.
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Bastaram duas ou três declarações da presidenta sobre política externa para a direita midiática enxergar mudança de rumos na diplomacia. Em um mês e tanto de governo.
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Contenção de gastos devido à inflação de demanda causada pela forte e rápida retomada da atividade econômica, apesar de o governo Lula ter aumentado os juros em pleno processo eleitoral, é confundida com sinal de deterioração da economia.
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A mais breve análise do histórico da mídia de suas previsões sobre os rumos da economia nos últimos oito anos mostra enganos homéricos, como no caso de sua aposta de que a crise financeira internacional seria um tsnumi, ao passo que foi uma marolinha.
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Politicamente, o histórico sobre as apostas políticas tucano-pefelê-midiáticas revela outro gigante de incompetência e falta de sensibilidade que culminou com um encolhimento dos partidos de oposição que chega a ameaçar o sistema de pesos e contrapesos democrático.
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Não admira que a esquerda ande batendo em si mesma. Com adversários fracos assim, se não brigar com alguém capaz de reagir à altura acabará perdendo o jeito.
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Postado no blog da Cidadania

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