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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

EUA dizem que somos racistas, sim

Apesar de jornalistas brancos de renome empregados em impérios de comunicação nacionais escreverem livros e fazerem comentários no âmbito de uma cruzada que empreendem com a finalidade de negar que exista racismo no Brasil, telegramas entre diplomatas americanos e o governo dos Estados Unidos que o site Wikileaks vem vazando, dizem o contrário.
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Em um pacote de 25 telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília e do consulado em São Paulo redigidos entre 2004 e 2009 e vazados pelo WikiLeaks, os diplomatas americanos informaram ao seu governo que “Muitos (brasileiros) alegam que o racismo não existe, apesar das evidências esmagadoras do contrário“.
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Certamente, os americanos, considerados um dos povos mais racistas do mundo, referem-se, acima de tudo, ao notório livro do diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, que não faz por menos e crava um título que exibe a conduta que a diplomacia americana no Brasil reporta ao seu governo: “Não somos racistas”.
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Por meio de concessões públicas de rádio e TV, a tese é martelada diariamente, para espanto não só do movimento negro ou dos neo abolicionistas que tentam pôr fim à escravidão informal que ainda vitima negros e descendentes de negros neste país, fazendo com que ganhem piores salários e formem, em esmagadora maioria, a massa pobre e miserável que persiste apesar das políticas públicas dos últimos anos que tentam acabar com essa chaga, como a política de cotas para negros nas universidades, que busca pôr fim ao absurdo de, apesar de os negros serem mais da metade da população, não serem nem  10% dos universitários.
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Na imagem acima, um dos exemplos mais dolorosos da campanha que a Globo empreende para negar o racismo que a diplomacia americana denuncia. A atriz Juliana Alves (ex-BBB), no papel de “Gislaine” na novela global “Duas Caras” (2008), lê o livro de Ali Kamel, no âmbito de uma trama que exibe uma democracia racial fictícia que qualquer pessoa racional sabe ser inexistente.
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Abaixo, áudio de comentário do “analista político” da Globo Arnaldo Jabor, que afirma que combater o racismo no Brasil e implementar políticas públicas para reduzir seus efeitos seria tornar o Brasil uma nação “bicolor”.
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Felizmente, como negros e descendentes correspondem a mais da metade da população brasileira, segundo o IBGE, e começam a ter acesso à educação, agora votam de uma forma que permite que o Estado promova políticas para atacar essa trama hedionda do racismo cordial brasileiro, trama em que o cinismo e o egoísmo da direita branca são protagonistas.
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Postado no blog da Cidadania

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