Subscribe Twitter Facebook

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O fim da ética da Isto É, a revista que vende reportagens por quilo

do site do MST

Da Secretaria Nacional do MST


A revista IstoÉ publica na capa da edição desta semana um boné do MST bem velho e surrado, sob terras forradas de pedregulhos.

 
Decreta na capa “O fim do MST”, que teria perdido a base de trabalhadores rurais e apoio da sociedade.

Premissa errada, abordagem errada e conclusões erradas.


A mentira


A IstoÉ informa a seus leitores que há 3.579 famílias acampadas no Brasil, das quais somente 1.204 seriam do MST.


A revista mente ou equivoca-se fragorosamente. E a partir disso dá uma capa de revista.


Segundo a revista, o número de acampamentos do MST caiu nos últimos 10 anos. E teria chegado a apenas 1.204 famílias acampadas, em nove acampamentos em todo o país.


Temos atualmente mais de 60 mil famílias acampadas em 24 estados.


Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aponta que há 156 mil famílias acampadas no país, somando todos os movimentos que lutam pela democratização da terra.


A revista tentou dar um tom de credibilidade com as visitas a uma região do Rio Grande do Sul, onde nasceu o Movimento, e ao Pontal do Paranapanema, em São Paulo.


Se contasse apenas os acampados nessas duas regiões, chegariam a um número bem maior do que divulgou.


A reportagem poderia também ter ido à Bahia, por exemplo, onde há mais de 20 mil famílias acampadas que organizamos.


O repórter teve oportunidade de receber esses esclarecimentos e até a lista de acampamentos pelo país.


Mas não quis ou não fez questão, porque se negou a mandar as perguntas por e-mail para o nosso setor de comunicação.


Outra forma seria perguntar para o Incra ou pesquisar no cadastro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).


Tampouco isso a IstoÉ fez.


Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista.


Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare.


O desvio


A IstoÉ se notabilizou nos últimos tempos nos meios jornalísticos como uma revista venal. A revista é do tipo “pagou, levou”. Tanto é que tem o apelido de "QuantoÉ".


Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam por quilo, pelo “peso” da matéria.


A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária.


Não é de se impressionar uma vez que a revista abandonou qualquer compromisso com jornalismo sério com credibilidade, virando um “ativo” para especuladores.


Nelson Tanure e Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, banqueiro marcado por casos de corrupção, disputaram a compra da revista em 2007.


Com o que esses tipos têm compromisso? Com o dinheiro deles.

 Reação do latifúndio

A matéria é uma reação à nossa jornada de lutas de agosto.


Foram mobilizados mais de 50 mil trabalhadores rurais, em 20 estados.

Um acampamento em Brasília, com 4 mil trabalhadores rurais, fez mobilizações durante uma semana e ocupou o Ministério da Fazenda para cobrar medidas para avançar a Reforma Agrária.

A jornada foi vitoriosa e demonstrou a representatividade social e a solidez das nossas reivindicações na luta pela Reforma Agrária.

O governo dobrou o orçamento para a desapropriação de terras para assentar 20 mil famílias até o final do ano, liberou o orçamento para cursos para trabalhadores Sem Terra, anunciou a criação de um programa de alfabetização e a criação de um programa de agroindústrias.
Interesses foram contrariados e se articularam para atacar o nosso Movimento e a Reforma Agrária. Para isso, usam a imprensa venal para alcançar seus objetivos.

Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos.
A luta vai continuar até a realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, no desenvolvimento do meio rural, na produção de alimentos para o povo brasileiro sem agrotóxicos por meio da agroecologia.
>
Fonte: Site do MST
Vi no O Pensador da Aldeia

A primavera dos direitos humanos

Com a apresentação do projeto da Comissão da Verdade no próximo dia 21 começa a primavera dos direitos humanos no Brasil.

O golpe de 1964 interrompeu brutalmente o desenvolvimento democrático do país e a ditadura militar que foi instaurada se apropriou violentamente do Estado brasileiro e impôs à sociedade um regime de terror durante mais de duas décadas. Foi o momento mais terrível da história do Brasil desde o término da escravidão.

Foram perpetrados os crimes mais brutais, valendo-se do aparato de Estado contra a democracia, contra o povo, contra sua cultura, contra toda forma de liberdade conquistada ao longo do tempo. A ditadura militar foi um regime que modificou profundamente a história do Brasil, destruindo tudo o que havia de democrático no país, realizando uma política econômica de concentração de renda, de exclusão social e de desnacionalização da economia. Foi o pior regime que o Brasil já conheceu, o que mais violou os direitos humanos no país.

Na sua fase final, a ditadura decretou uma anistia que a favorecia, amalgamando vencidos e vencedores, verdugos e vítimas, apagando da história do país todas as violações que a ditadura havia cometido. Com isso, além da impunidade dos agentes do terror da ditadura, impediu que se apurasse tudo o que foi feito, buscando apagar aquele período da memória dos brasileiros.

A ditadura militar se esgotou, mas conseguiu controlar a transição, com a eleição do primeiro presidente civil pelo Colégio Eleitoral e com a manutenção da anistia imposta pelo velho regime e não decidida democraticamente pela cidadania.

Nesta semana, a secretária dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, entregará ao presidente da Câmara dos Deputados o projeto da Comissão da Verdade. O Congresso vota no dia 21, dia do começo da primavera, o projeto que permitirá à sociedade brasileira apurar a verdade, sobretudo o que aconteceu naquele momento de domínio da ditadura sobre a democracia, do terror sobre a liberdade, da força sobre a razão.

Esse é o espaço que a sociedade brasileira consegue para passar a limpo e, só depois de ter satisfeito seu justo direito ao conhecimento de tudo o que ocorreu, virar essa triste página da nossa história. Todos os que estão comprometidos com essa busca, - goste-se ou nao da forma particular que é possível hoje a busca da verdade -, tem que mobilizar toda sua energia, para que triunfe, finalmente, a verdade e vivamos, finalmente, a primavera dos direitos humanos no Brasil. 
>
Postado no blog do Emir Sader
Vi no blog do CAHIS-UEPB/CAMPUS III

domingo, 18 de setembro de 2011

Wagner Moura: "Eu não falo com a revista Veja"

Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elitista". 

Dando uma pausa na linha literária. Terminei de ler a entrevista do ator Wagner Moura na edição deste mês da revista “Caros Amigos”. Recomendo a leitura. Entre outros assuntos, o ator fala (ainda) sobre as polêmicas em torno do filme Tropa de Elite e diz o que pensa da mídia brasileira.
Wagner declarou, sem meias palavras, que não dá entrevistas à “Veja”, por considerá-la “uma revista de extrema direita brasileira”. Confira um aperitivo:
"A linha editorial da revista Veja, uma revista de extrema direita brasileira. Eu me lembro claramente de uma capa da revista Veja que me indignou profundamente, sobre o desarmamento, que dizia assim: “Dez motivos para você votar ‘Não’". Eu me lembro claramente da revista Veja elogiando Tropa de Elite pelos motivos mais equivocados do mundo. E semana sim, semana não está sacaneando colega nosso: Fábio Assunção, Reynaldo Gianecchini, de uma forma escrota, arrogante, violenta. Outro motivo é que na revista Veja escreve Diogo Mainardi! Eu não posso compactuar com uma revista dessas, entendeu? Conservadora, elitista. Então, não falo com a revista Veja, assim como não falo para a revista Caras. Agora, a mídia é um negócio complexo, importante. A imprensa brasileira, nessa episódio agora do Congresso, cumpre um papel sensacional. Achei ótimo o fim dessa lei de imprensa, careta, antiga. Acho que a imprensa tem que se sentir livre e trabalhar e quem se sentir agredido por ela entra em juízo e processa”.
Pegando carona na metáfora usada pelo ator em outro trecho da entrevista, muita gente ainda não tomou a pílula nem despertou para o deserto do real – são os que ainda estão conectados à Matrix. Felizmente, é uma espécie cada vez menos numerosa.

Fonte: Embolando Palavras
Vi no Folha 13

sábado, 17 de setembro de 2011

O canto da Sereia e a maldição política em Belém da Paraíba

 
Em Belém, na Paraíba, existe uma maldição política que quem se alia a um determinado personagem político o seu fim é a estagnação, a desmoralização, o ostracismo. Comerciantes bem-sucedidos quebram economicamente, tragédias familiares, infeliz e coincidentemente acontecem, instituições religiosas e civis se desestabilizam, lideranças políticas em ascensão são humilhadas, enfim, conseqüências dos que caíram na maldição do canto traiçoeiro da Sereia.

Apesar de debilitada politicamente, a Sereia com seu canto “fascinante” ainda continua, digamos, enfeitiçando pessoas de bom caráter através de amuletos, talismãs que supostamente trarão sorte à vida pública. 

É a maldição do canto da Sereia atuando novamente nos marujos de primeira viagem, que pela falta de experiência nos mares turbulentos da política belenense se encantam com o canto da Sereia perdida nos mares da corrupção.

A maldição é simples. Os marujos são atraídos pelas ondas talismãnicas produzidas pela Sereia, a qual perdeu sua beleza encantadora do poder, mas que continua com seu canto traiçoeiro, e após serem inebriados pelas ondas sonoras revestidas da falsa imparcialidade são afogados politicamente, para regozijo da Sereia que já planeja as próximas investidas talismânicas.

Caia no canto da Sereia quem quiser...
>
Vi no Folha 13

Ditadura Militar: Prisão de estudantes no congresso secreto da UNE em Ibiúna


O CONGRESSO DA UNE EM IBIÚNA
 por Nelson Piletti

Meados de outubro de 1968. Apesar de proibida de funcionar pela ditadura militar, que mandara incendiar sua sede no Rio de Janeiro, logo após o golpe de 1º. de abril de 1964, a União Nacional dos Estudantes(UNE) realiza o XXX Congresso num sítio do Bairro dos Alves, a uns vinte quilômetros do centro de Ibiúna pela estrada de São Sebastião.

O local é de difícil acesso. Juntamente com dois colegas, representando os universitários de Caxias do Sul, cheguei em São Paulo na manhã de terça-feira, viajei para o encontro marcado numa praça de Sorocaba, voltei para São Paulo, instalando-me num alojamento da USP, onde fiquei até a noite de quarta-feira, participando de reuniões e manifestações contra a ditadura, sob a constante ameaça da polícia e do exército, que depois acaba acontecendo.

Na noite de quarta-feira, assim como nas noites anteriores, carros particulares conduziam estudantes até uma certa altura da Rodovia Raposo Tavares.

De lá, na carroceria de caminhões, fomos até o Bairro dos Alves, percorrendo a pé os últimos quilômetros até o sítio do Congresso, onde chegamos na quinta pela manhã.

As instalações eram extremamente precárias: um acampamento de lona para as assembléias, um galpão onde uns poucos podiam dormir em sistema de revezamento – a maioria dormia no local das assembléias onde não se podia entrar sem tirar os calçados, já que chovia muito, o barro era abundante e o chão também havia sido revestido com lona – um chiqueirão desativado que servia de cozinha.

E lá estávamos cerca de mil estudantes de todo o Brasil – algumas delegações, duas ou três, nem conseguiram chegar – sem a mínima infra-estrutura de alimentação, alojamento, higiene.

No sábado, finalmente, após um difícil e prolongado processo de credenciamento, o Congresso teria início. Mas, quando acordamos, por volta das sete horas, vimo-nos cercados por mais de 250 policiais fortemente armados, dando tiros para o alto.


Todos presos, cada um procurando seus calçados num enorme monte – a maioria vestindo o que dava certo nos pés – colocados em fila indiana, marchamos até os ônibus e caminhões da polícia na estrada de São Sebastião, formando um comboio que nos levaria até o presídio Tiradentes no centro de São Paulo, que posteriormente foi demolido.

Em cada centro populacional – Ibiúna, Vargem Grande, Cotia – os veículos circulavam pelo centro para que a população visse os “facínoras” subversivos aprisionados no que foi considerada uma grande vitória do governo militar.

No presídio Tiradentes, onde chegamos por volta das sete da tarde, fiquei instalado numa cela de aproximadamente 3×6 metros com mais de 66 colegas. Num canto, uma torneira e um buraco no chão para as necessidades.

Para comer a gororoba servida num grande panelão, muitos usavam a carteirinha de estudante, outros o cabo da escova de dentes, previamente aquecido e amassado, outros, ainda, simplesmente as mãos.

Após uma semana de interrogatórios, a maioria dos estudantes foram levados presos para seus Estados, algumas delegações foram liberadas em São Paulo mesmo e cerca de 70, considerados os líderes, permaneceram presos.


Entre esses estava José Dirceu, então presidente da União Estadual dos Estudantes(UEE) de São Paulo e organizador do Congresso que, posteriormente seria banido do Brasil em troca da libertação do embaixador dos EUA, seqüestrado com o objetivo de obter a soltura de presos políticos. Hoje, muitos participantes do Congresso de Ibiúna ocupam posições de destaque na política, na economia, na cultura do país. Vinte anos depois, em 1988, eu próprio fui candidato a prefeito de Ibiúna.

O que significa, entre outras coisas, que o mundo gira, a história é dinâmica. Com o tempo as posições podem se inverter. Nas palavras de Harold Pinter, Nobel de Literatura de 2005, “nada é absolutamente falso nem absolutamente verdadeiro”.

Só para citar um de nossos maiores escritores, Guimarães Rosa, “natureza da gente não cabe em nenhuma certeza. (…) Esta vida está cheia de ocultos caminhos”.
>
Originalmente publicado no jornal A VOZ DE IBIÚNA
>
Vi no Comunistas  

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Luiz Couto: "Manoel Júnior não teve competência para ser indicado a ministro".

Logo após ser preterido na disputa pelo Ministério do Turismo, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) apressou-se na tentativa de provar sua inocência no que teria sido o principal motivo para que a presidente Dilma Rousseff não recorresse a seu nome na hora de substituir Pedro Novais. Manoel Júnior é acusado de ser mandante do assassinato de um vereador na cidade de Pedras de Fogo, na Paraíba.

Frente às acusações, que constam no relatório da chamada CPI dos Grupos de Extermínio (2005), o PMDB achou que não seria apropriado insistir no nome do deputado. Alegando inocência, Manoel Júnior foi até o Palácio do Planalto, com o relatório da CPI em mãos, e disse ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que as acusações contra ele não passam de calúnia do deputado Luiz Couto (PT-PB), relator da CPI dos Grupos de Extermínio de 2003 a 2005. 

Em entrevista exclusiva a Terra Magazine, Luiz Couto ataca: "Manoel Júnior não teve competência para disputar com outras pessoas (a indicação para o Ministério do Turismo), e agora vem colocar a culpa em mim?".

O deputado petista diz ainda que as acusações contra Júnior estão no relatório e que ele não pode "rapinar" o depoimento de ninguém. E completa: "Seu Manoel Júnior precisa cobrar é do senador José Sarney (PMDB-AP), que não o aceitou como ministro. Eu não tenho nada a ver com isso. Foi uma escolha do PMDB, o partido dele".

Gastão Vieira (PMDB-MA), ligado à família Sarney, foi nomeado ministro do Turismo com forte influência do presidente do Senado. Desde a manhã desta sexta-feira (16), Terra Magazine procura o deputado Manoel Júnior, mas ainda não obteve retorno.

Confira os principais trechos da entrevista.

Terra Magazine - Por que o nome do deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) está na CPI dos Grupos de Extermínio?

Luiz Couto - Depoimentos foram prestados e eu, como relator, tenho que registrar o que as pessoas declaram em compromisso com a verdade. Na época (2003-2005), pedimos que fossem feitas investigações profundas das acusações, mas não foi pedido nenhum indiciamento. O Ministério Público e a Polícia Federal não investigaram nada até hoje. Não posso rapinar o depoimento de ninguém. E esses depoimentos são de pessoas que já não estão mais entre nós, foram assassinadas.

Quais são as denúncias contra o deputado Manoel Júnior?
Há depoimentos que dão conta de que ele seria o mandante do assassinato de um vereador da cidade de Pedras de Fogo (município na Paraíba, fronteira com Pernambuco, onde Manoel Júnior já foi prefeito). Na época, pedimos investigação, que não foi feita.

O deputado Manoel Júnior diz que é inocente e que a história não passa de uma calúnia do senhor. E diz que vai pedir uma acareação para que o senhor se explique...
É a justificativa que ele usa para não ter sido escolhido para o Ministério do Turismo. Seu Manoel Júnior precisa é cobrar do senador José Sarney (PMDB-AP), que não o aceitou como ministro. Eu não tenho nada a ver com isso. Foi uma escolha do PMDB. Agora, eu não vou fazer acareação nenhuma. Esse relatório não é meu, ele é um relatório do Parlamento, que foi aprovado por unanimidade.

O senhor acredita que ele teria qualificação para ser ministro do Turismo?
Manoel Júnior não teve competência para disputar com outras pessoas e agora vem colocar a culpa em mim? Ele está sofrendo da síndrome da raposa derrotada, aquela que não conseguiu chegar às uvas e prefere dizer que elas estão verdes demais, azedas demais, maduras demais... Essa figura não me respeita.

E o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB-MA)? Tem qualificação?
Sarney indicou o Gastão, que eu conheço, é uma pessoa competente, respeitadora, e tem a ficha limpa, pelo que sei.
>
Postado no Terra Magazine

Conselho Universitário da UEPB aprova criação de campus no presídio do Serrotão em Campina Grande

O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Estadual da Paraíba aprovou na última quarta-feira (14), por unanimidade, a proposta que cria o Campus Avançado do Serrotão, a ser implantado na Penitenciária de Segurança Máxima de Campina Grande, configurando-se como uma extensão do Campus I. A iniciativa será implantada a partir de fevereiro de 2012, dando oportunidade aos apenados de cursarem desde a alfabetização até cursos superiores e profissionalizantes, atividades artísticas e culturais.
>
De acordo com a reitora da UEPB, professora Marlene Alves Sousa Luna, os recursos para a criação do campus já estão assegurados no orçamento público do próximo ano, mas os custos totais devem ser calculados posteriormente, tendo em vista que ainda serão definidos quantos e quais cursos serão ofertados. Foi criado um Grupo de Trabalho, a partir de portaria da reitora, com a incumbência de estudar o tema e elaborar o projeto acadêmico que deverá ser implantado na abertura das atividades do Campus. Para o próximo mês, está prevista uma reunião do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) para tratar dessas e outras questões relacionadas ao tópico, aprovando resoluções que disciplinem as práticas acadêmicas.

A estrutura predial já está sendo preparada e a previsão é que esteja pronta em dezembro deste ano. Os apenados estão sendo classificados por nível de escolaridade para que se proceda com a formação das turmas. Ao lado das salas de aulas também será edificado um espaço onde funcionará uma extensão do Escritório Modelo do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da UEP

A criação do Campus no presídio do Serrotão foi aprovada por meio da Resolução/UEPB/CONSUNI/053/2011, conforme esclareceu a reitora, tendo como base o papel de fundamental importância social que a UEPB busca exercer, no que se refere à restauração da cidadania e à defesa dos direitos humanos, além de ter como premissa que o apenado recluso, em virtude de sua condição temporária, necessita garantir uma real expectativa de futuro, após o cumprimento de sua pena. Assim, a iniciativa se coaduna com uma das responsabilidades sociais abraçadas pela UEPB, orientada no sentido de promover ações concretas, para a reinserção social do preso.

O Campus Avançado resulta de um Convênio de Mútua Cooperação Técnico-Pedagógica e Científica entre a Universidade Estadual da Paraíba e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, com participação da Vara de Execuções Penais de Campina Grande.

Ousadia e pioneirismo


Para o procurador geral da UEPB, professor Ebenezer Pernambucano, a sociedade, notadamente nos últimos tempos, em face da banalização da criminalidade promovida por alguns meios de comunicação sequiosos por audiência, tem uma imagem distorcida do apenado, considerando a todos como perniciosos. “Se, desde os primórdios, já se olhava com desconfiança para o condenado, hoje, sua presença em qualquer lugar é motivo de desconforto e, por esse motivo, suas oportunidades de inserção social tornam-se nulas. A UEPB, consciente de seu papel na construção e restauração da cidadania, elaborou o projeto denominado Campus Avançado do Serrotão que, por sua ousadia e pioneirismo, objetiva dar ao apenado uma oportunidade real de reintegração à sociedade, após o cumprimento de sua sentença”, explicou.

Para Ebenezer, por meio dessa iniciativa, o tempo ocioso no interior da prisão, afeito às influências de grupos criminosos organizados, será preenchido com a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de atividades que darão ao apenado um redimensionamento de seus horizontes, bem como a definição de uma profissão. “É a oportunidade de um pacto com a sociedade civil organizada na tentativa de frear o processo de degradação do sistema prisional. Em breve, a partir da efetiva execução do projeto, quando os apenados começarem a desenvolver seus estudos, em todos os níveis, esperamos trocar a corriqueira expressão de alguns, para quem "bandido bom é bandido morto", por "apenado bom é apenado reintegrado"”, finalizou.

Todos têm direito a Educação

Está na Constituição: a educação é um direito social garantido a todo cidadão brasileiro, diz o artigo 6º. Dessa forma, o apenado também tem direito a estudar. Podem cursar o Ensino Fundamental, Médio, Profissionalizante ou Nível Superior ou fazer requalificação profissional.

A educação de presidiários deve ainda ser entendida como um direito universal, previsto pela Constituição de 1988, pela Lei nº 7.2010/84 (Lei de Execução Penal), pela Declaração dos Direitos Humanos e pela Resolução 1990/20, do Conselho Econômico e Social da ONU.

Para a reitora, é importante ressaltar que o direito à educação, ao permitir que as pessoas sejam escolarizadas, cria condições para um melhor exercício de sua cidadania. “Por meio das variadas modalidades educacionais, a garantia do direito à educação pública de qualidade, socialmente referendada, deve ser o cerne da existência dos sistemas de ensino. Nosso desafio é tornar possível uma educação que aponte de fato para diminuir as distâncias entre os grupos sociais, a partir de uma perspectiva mais solidária e humana”, explicou.

Raio-X da educação prisional

Embora atenda a preceitos legais, o dispositivo não se efetiva como realidade nos presídios no país, relegando-se a maioria dos apenados ao mero confinamento nas celas. Dados fornecidos este ano pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça (MJ), mostram que pouco mais de 10% da população carcerária do país está ligada a alguma atividade educacional. Conforme o Depen, dos 496.251 presos no país, pouco mais de 40 mil deles estão inseridos em alguma atividade educacional. Do total de encarcerados, 25.319 são analfabetos; 55.783 foram apenas alfabetizados; 201.938 têm o fundamental incompleto e só 1.829 concluíram o nível superior.

A educação dos apenados em números

Analfabetos: 25.319
Alfabetizados: 55.783
Ensino Fundamental incompleto: 201.938
Ensino Fundamental completo: 52.826
Ensino Médio incompleto: 47.461
Ensino Médio completo: 32.661
Nível Superior incompleto: 3.134
Nível Superior completo: 1.829
Professores envolvidos na educação prisional em todo o país: 1.280

>
Vi no site da UEPB
(Fonte: Depen/MJ)

Torturador espanta com relato sobre mortes e torturas na ditadura

Advogado choca o Brasil com depoimento sobre torturas e mortes das quais ele próprio participou. Ele revelou ter presenciado de 10 a 15 execuções e participado de operações que resultaram na prisão de Dilma Rousseff.

O advogado João Lucena Leal, radicado em Rondônia há trinta anos, chocou o Brasil, em rede nacional de televisão, com um depoimento frio sobre mortes e torturas durante o regime militar. Ele também revelou detalhes das operações de que participou para prender a hoje presidente da República, Dilma Rousseff, e o então estudante José Genoíno, que viria a ser presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e atualmente é assessor do Ministério da Defesa. Segundo Lucena, Genoíno não precisou ser torturado. “Fez um acordo com o Exército e entregou, delatou todos os seus companheiros”, disse.
.
Lucena falou ao jornalista Roberto Cabrini, do programa Conexão Repórter, do SBT. Cabrini veio a Porto Velho para entrevistar aquele que é considerado um dos maiores torturadores ainda vivos do tempo da repressão no Brasil.
.
Agente da repressão a serviço dos militares que tomaram o poder no País com o golpe de março de 1964, João Lucena Leal foi descrito como o típico homem dos porões da ditadura.
.
Na entrevista, Lucena descreveu, com tranqüilidade e frieza, o que viu e o que fez com os adversários políticos do regime. "O sujetio amarrado, algemado e o executor puxava o gatilho e matava", disse ele ao narrar uma das cenas entre as inúmeras das quais presenciou e participou.
.
Tortura justificada
.
Para Lucena, a tortura se justifica "para extrair uma informação ardente". Fazia parte de seu trabalho extrair tais informações dos ativistas políticos. "Eu executava com nobreza", acrescentou.
.
Ex-delegado da Polícia Federal, Lucena também é descrito como um torturador profissional. A Ronberto Cabrini, ele relatou torturas, prisões e mortes das quais diz ter participado.
.
Mesmo acusado de cometer atrocidades, Lucena disse estar orgulhoso de tudo o que fez.
.
Com a saúde severamente abalada após um ataque cardíaco e acusado de ser um torturador impiedoso, mesmo assim o homem da repressão diz ter a consciência e um sono tranqüilos.
.
Na entrevista, informou ter apenas um remorso. Foi quando viu o corpo de uma moça de 17 anos morta pelos militares. "Peguei no corpo dela e ainda estava quente. A moça não tinha ideologia nenhuma".
.
Em Rondônia, Lucena ficou rico como advogado de traficantes e de notórios assassinos, como o fazendeiro Darli Alves, que matou a tiros, no Acre, o líder seringueiro Chico Mendes.
.
Ao falar sobre o que considera tortura, Lucena disse que "é um ato de violência contra o próprio irmão", e acrescentou :” a tortura é praticada em larga escala nas polícias militar e civil do País”.
.
Mostrando profundo conhecimento no assunto, o advogado disse que, na sua época, o método mais utilizado era o pau de arara, nas suas palavras , "um instrumento cruel, devastador, que deixa seqüelas. Tem muita gente que não resiste meia hora e conta tudo. Às vezes, é só mostrar o instrumento e ele (a vítima) abre".

As sete vítimas vivas de Lucena
.
A Cearense, João Lucena Leal estava lotado na Superintendência da Polícia Federal do Ceará quando era agente da repressão. Lá, entre suas incontáveis vítimas, o SBT localizou sete pessoas que dizem ter sido torturadas pelo advogado.

O hoje professor José Auri Pinheiro, professor na época, foi torturado barbaramente por dois dias. Ele reconheceu Lucena durante a entrevista a Roberto Cabrini, que lhe mostrou uma foto do advogado quando ainda era mais novo. "O Lucena é um torturador conhecido aqui no Ceará. Em 1973 fui torturado por ele, que é um sujetio explosivo, impulsivo e malvado, que só falava em matar, em destruir as pessoas", contou Auri. Segundo ele, Lucena torturava as vítimas ” com sadismo, com convicção”.
.
O hoje arquiteto José Tarcísio Prata foi outro que também relatou sua experiência dolorosa nas mãos de João Lucena Leal.?É um torturador profissional, perverso?, disse.
.
Viu dez ou quinze execuções e a delação de José Genoíno
.
Lucena afirmou ter visto de dez a 15 execuções de guerrilheiros do PC do B no Araguaia, entre elas, a morte de uma jovem identificada por ele como Sônia, que foi assassinada pelo hoje major reformado do Exército Sebastião Curió.
.
No meio da entrevista, João Lucena disse que, no Araguaia, foi preso o então estudante José Genoíno, que viria a ser presidente do Partido dos Trabalhadores e atualmente é assessor do Ministério da Defesa.
.
Segundo Lucena, Genoíno não foi torturado e fez um acordo para delatar os companheiros de guerrilha. O major Sebastião Curió confirma a afirmação de Lucena sobre o ex-dirigente petista. "O Genoíno não foi torturado e entregou todo mundo".
.
A prisão de Dilma
.
Tanto Curió quanto Lucena participaram das investigações e prisão da hoje presidente Dilma Rousseff, então militante política. "Ela (Dilma) era uma menina de 17 ou 18 anos de idade que foi presa e levada para a Operação Bandeirantes e entregue ao delegado Fleury (Sérgio Paranhos Fleury, notório torturador".

Itália sangra na mão do mercado. Ricos desesperados com impostos correm para a embaixada brasileira e pedem asilo

Dono da terceira maior fortuna italiana, Silvio Berlusconi reduz mordida de tributo sobre os mais ricos
Sob ataque, Itália fará arrocho de 54 bi de euros. Câmara aprova cortes de salários, redução de aposentadorias e aumento de impostos. 
>
Roma — A Câmara dos Deputados da Itália aprovou ontem o plano de austeridade de 54,2 bilhões de euros, que pretende dar equilíbrio fiscal ao país em 2013 e aliviar a pressão dos mercados sobre o país. A votação foi apertada: 314 votos favoráveis e 300 contrários. O plano já tinha passado pelo Senado na semana passada. Rejeitado por boa parte da população, ele afeta sobretudo a classe média. A Itália vive o seu momento mais crítico há décadas e corre o risco de dar um calote em sua dívida. Para não ir à bancarrota, o país pediu socorro à China.

O arrocho fiscal foi anunciado no início de agosto pelo governo de Silvio Berlusconi, depois de o primeiro plano adotado em julho ser considerado insuficiente pelos mercados. As várias alterações sofridas durante os debates no parlamento, para tranquilizar algumas alas da maioria governista, repercutiram mal entre os investidores, que temem que o pacote não seja implantado de fato.

Entre as medidas aprovadas estão o aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) e a taxação dos grandes patrimônios em patamar menor do que previa a proposta inicial. As mulheres só poderão se aposentar aos 65 anos no setor privado, e essa regra será aplicada a partir de 2014 em vez de 2016. O plano de cortes de gastos públicos foi reforçado e passou de 45,6 bilhões de euros para 54,2 bilhões. Haverá redução dos gastos ministeriais e dos municípios, assim como o aumento da luta contra a sonegação fiscal, um dos grandes males da Itália.

O imposto dos mais ricos, que havia sido abandonado recentemente, foi reintroduzido, mas será de menor impacto que o anterior por pressões de Berlusconi, a terceira maior fortuna da Itália. Fixado em 3%, o novo tributo só será aplicado sobre as pessoas com rendas superiores a 300 mil anuais (US$ 423 mil ou R$ 730 mil). Pela proposta anterior, seriam afetados todos com rendas superiores a 90 mil euros
(US$ 127 mil ou R$ 155 mil).

As medidas foram aprovadas depois de, na segunda e na terça-feira, a Itália ser obrigada a pagar os maiores juros da história do euro para vender títulos públicos, um sinal de total desconfiança dos mercados. Criticado pelos sindicatos, o plano também é rejeitado pelos industriais, que temem por uma forte recessão econômica. Com o temor de chegar à situação da Grécia, o maior partido de oposição, o Partido Democrático (PD), pediu a formação de um “novo governo” que garanta mais credibilidade ao país.

120% do PIB em dívida

Com o arrocho fiscal, a Itália, terceira maior economia da Zona do Euro, tenta acalmar o ataque dos mercados, nervosos com a gigantesca dívida pública de 1,9 trilhão de euros (US$ 2,7 trilhões), equivalente a quase 120% do Produto Interno Bruto (PIB do país), e com um crescimento econômico quase nulo. Antes da votação do pacote na Câmara dos Deputados, manifestantes protestaram em frente ao parlamento. “Que a crise seja paga por aqueles que a geraram”, diziam os manifestantes em relação aos dirigentes do país.
>

Nunca Dantes (Lula) reduziu a desigualdade. Que Horror!


O Conversa Afiada reproduz texto do Portal Vermelho

Ipea mostra que política social contribui para reduzir pobreza

As principais mudanças no perfil da pobreza brasileira no período 2004-2009 estão relacionadas com a política social, que teve papel central nessas mudanças, por meio dos aumentos reais do salário mínimo e da expansão da cobertura e do valor das transferências de renda (Bolsa-Família). A avaliação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que divulgou, nesta quinta-feira (15), em Brasília, o Comunicado Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira.

O comunicado mostra as transformações sociais causadas pela redução na desigualdade de renda nos últimos anos (2004-2009) e traça um panorama de como as políticas sociais e a valorização do salário mínimo influenciaram os rendimentos dos extratos mais pobres da população.

A aposentadoria atrelado ao salário mínimo tornou-se, para os idosos e suas famílias, um seguro contra a pobreza. E os benefícios do Bolsa Família vinculados à presença de crianças e jovens foram, para várias famílias, a complementação para que escapassem da extrema pobreza ou da pobreza, situações nas quais permaneceriam se tivessem que contar apenas com a renda de seus membros produtivos.

O Ipea apurou que embora relativamente mais famílias com crianças tenham passado para o estrato acima, as crianças continuam a ser o grupo etário mais representado na pobreza e na pobreza extrema.

O comunicado destaca ainda que o aumento do salário mínimo não seria motivo suficiente para melhoria financeira das famílias, se, junto com ele não houvesse o crescimento e a geração recorde de empregos formais.

“No período 2004-2009, a mudança estrutural na distribuição da renda que provocou a melhoria global de bem-estar foi o crescimento com distribuição via inclusão no mercado de trabalho. Por meio dos empregos formais criados no período, conjugados ao aumento do salário mínimo e à melhor remuneração de todos os ocupados, é que a pobreza extrema e a pobreza decresceram”, diz o comunicado do Ipea.

E aponta como segundo lugar em importância na redução da pobreza “as transferências da previdência e da assistência social – mais especificamente, do Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social (BPC)”. O Ipea destaca que o Bolsa Família só pôde tirar dos estratos mais baixos famílias que tinham algum membro conectado ao mercado de trabalho, à Previdência ou beneficiário do BPC.

No período 2004-2009, a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros, medida pelo coeficiente de Gini, diminuiu 5,6% e a renda média real subiu 28%. Segundo Comunicado do Ipea, também contribuíram para isso as mudanças demográficas e o lento aumento da escolaridade da população adulta.

Nesse intervalo de tempo, a parcela da população brasileira vivendo em famílias com renda mensal igual ou maior do que um salário mínimo per capita subiu de 29% para 42%, passando de 51,3 a 77,9 milhões de pessoas. Em 2009, a despeito do ganho de bem-estar do período, ainda havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$465 per capita mensais.

Usando os valores que definiam os beneficiários do Bolsa Família ao ser criado, essas pessoas podem ser divididas em três estratos de renda: os extremamente pobres, que, em 2009, tinham renda até R$67 mensais; os pobres, com renda entre R$67 e R$134; e os vulneráveis, com renda entre R$134 e R$465.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Padre Marcelo S.A. e o Opus Dei

Por Altamiro Borges

Paparicado pela mídia, com destaque pela católica fervorosa TV Globo, o padre Marcelo Rossi deve ter cometido alguma heresia diante da Folha. Em menos de uma semana, ela publicou dois petardos contra o religioso. No primeiro, intitulado “Padre Marcelo S.A.”, o jornal informa, em tom jocoso, que “o sacerdote é seu próprio empresário e adota jargão executivo”.


“De R$ 12 a R$ 18 milhões”


O mote da crítica é o livro “Ágape”, que em 13 meses vendeu 6 milhões de cópias. Segundo relata o jornalista Morris Kachani, “ele é uma espécie de diário escrito em dois meses”, vendido a R$ 19,90, e que já rendeu milhões de reais à Editora Globo. “Editores de best-sellers ouvidos pela Folha acreditam que nenhum livro lançado no país atingiu esse número em um período tão curto”.


Ainda segundo o repórter, “o padre usa o livro na missa dominical transmitida ao vivo pela TV Globo e no programa matinal diário que mantém na rádio Globo AM... O valor dos royalties ele não divulga – diz que ganhou ‘milhões e milhões’. Mas é consenso no mercado de que menos do que 10% a 15% do valor de capa – ou seja, de R$ 12 milhões a R$ 18 milhões – certamente não foi”.


“Eu me dou bem com o Opus Dei”


Num outro trecho da reportagem, bastante elucidativa, Padre Marcelo revela suas predileções religiosas e políticas. Expoente da chamada Renovação Carismática, ele confessa: “Eu me dou bem com o Opus Dei, mas com a Teologia da Libertação não muito – eles acham que sou midiático. Ficam no debate teórico sobre ricos e pobres. É uma teologia que, com todo respeito, é pobre”.


Vale lembrar que o Opus Dei é uma seita de ultra-direita, nascida durante a sanguinária ditadura do general Francisco Franco na Espanha (1939-1976). Ela tem outros famosos seguidores no Brasil, como vários colunistas da mídia e o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, de quem o Padre Marcelo é um grande amigo e aliado.


O milagre da Bienal do Livro


O segundo petardo contra o Padre Marcelo foi desferido hoje pelo cronista Ruy Castro, no artigo intitulado “Milagre na Bienal”. O texto é corrosivo, irônico. Reproduzo alguns trechos do artigo:


*****


Segundo os jornais, das 11h20 às 17h30 de quarta-feira passada, padre Marcelo autografou 1.200 livros no estande de sua editora. De tanto assinar e cumprimentar leitores, sua mão inchou de tal forma que teve de ser enfaixada por paramédicos e a sessão, encerrada. Mas, como a multidão não arredasse pé, padre Marcelo convenceu seu público a trocar o autógrafo e o aperto de mão por uma bênção individual, donde distribuiu 6.000 bênçãos entre 17h30 e 19h40. Não é invejável?

Vejamos agora. Das 11h20 às 17h30, são 370 minutos. Significa que, durante seis horas e dez minutos, padre Marcelo autografou 3,2 livros por minuto – sem parar. Equivale a um livro autografado (e uma mão apertada) a cada 18,7 segundos. É digno de The Flash. Já as bênçãos, só com ajuda da velocidade divina. Das 17h30 às 19h40, são 130 minutos. Significa que, com mão enfaixada e tudo, padre Marcelo distribuiu 46 bênçãos individuais por minuto. Uma bênção a cada 1,3 segundo! Milagre?

Os números são da editora de padre Marcelo. E depois tem gente que não acredita no sobrenatural.
>
Postado no blog do Miro 

Um racista chamado Marco Antonio Arcoverde Cals

Atenção Ministério Público do Rio de Janeiro: 

Vi no Folha 13

Cristovam Buarque é condenado por usar dinheiro público em campanha

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT) divulgou nesta quarta-feira que o ex-governador e agora senador Cristovam Buarque (PDT) foi condenado por impropriedade administrativa por confeccionar, em 1995, material publicitário para fins eleitorais com dinheiro público. Também foi condenado o ex-secretário de Comunicação Social Moacyr de Oliveira. Ambos deverão devolver o valor de R$ 146.050,00, usado na produção, além de pagar multa equivalente a cinco vezes o salário que recebiam na época dos fatos.

A decisão, da 2ª Turma Cível do TJ-DFT, manteve a condenação deferida pela 1ª Instância, não cabendo mais recurso. O valor que deve ser devolvido foi fixado tendo em vista os gastos com a produção do CD-ROM Brasília de Todos Nós - 1 ano de Governo Democrático e Popular do Distrito Federal.

Segundo a denúncia, o material publicitário, produzido sob o pretexto de divulgar informações relativas aos programas desenvolvidos no primeiro ano da gestão de Cristovam, tinha por real finalidade promover a imagem do governador, na época, candidato à reeleição. O então secretário de Comunicação, Moacyr de Oliveira, foi responsável pela aprovação da produção do material.

Na 1ª Instância, a juíza substituta da 7ª Vara da Fazenda Pública do DF acatou as alegações do Ministério Público (MP). Ao condenar os réus, a magistrada determinou a devolução do dano provocado e pagamento de multa cível de 20 e 18 salários para cada acusado, respectivamente.

Inconformados com a sentença, Cristovam Buarque e Moacyr de Oliveira recorreram e conseguiram reduzir o valor da multa. O MP também recorreu pedindo a suspensão dos direitos políticos dos condenados pelo prazo de três anos.

Apesar de o relator manter a sentença condenatória na íntegra e rejeitar os recursos das partes, um dos julgadores considerou o valor da multa exorbitante e seu voto foi acompanhado por outro magistrado. A decisão entendeu ainda que o caso não configura gravidade suficiente para que seja justificada a suspensão dos direitos políticos dos acusados.

O senador não foi localizado para comentar o caso.

Postado no Terra
>
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...