Subscribe Twitter Facebook

domingo, 29 de maio de 2011

Ressignificação de Palocci: a defesa do personagem simbólico


A caça ao ministro mais importante do governo Dilma tem os mesmos ingredientes que envolveram a queda de José Dirceu no primeiro mandato do presidente Lula: sensacionalismo seletivo da imprensa, ouriço político da oposição e traições da base governistas em votações no congresso.
>
Não se pretende aqui fazer uma defesa cega de Palocci ou elegê-lo ao "Olimpo" da probidade administrativa. Não é esse o raciocínio.
>
O raciocínio é pontual: os adversários de sempre, imprensa e oposição conservadoras, utilizam este episódio para fazer sangrar Dilma, imobilizar seu governo, escandalizar a opinião pública, tal como ocorreu em 2005 no caso do “mensalão”.
>
A reação tem que ser tão pesada quanto o ataque, não se pode passar a opinião pública uma imagem de acuo, beco sem saída, como tem se desenhado nas últimas semanas. É preciso contra-atacar: governo e apoiadores da sociedade, em todas as frentes.
>
Usuários progressistas de redes sociais, blogues e outras mídias, precisam compreender que o ataque continuará pesado e que agora os adversários vislumbram afastar do governo Dilma seus aliados da internet, fazendo com que a “derrama de denúncias” tenha também força e alcance negativo na rede mundial de computadores.  Ceifando apoio de blogueiros independentes e transformando-os em disseminadores de propaganda negativa do governo.
>
A defesa de Palocci não significa tão somente a defesa do personagem político em si mesmo, neste momento o ministro da Casa Civil ganhou dimensões maiores que as que representa, de fato. Palocci é símbolo do governo forte saudável, por mais exagerada que esta afirmação possa parecer, visto sua posição destacada, desde a campanha até a sua nomeação para o alto cargo que ocupa no planalto. Palocci é a vidraça do governo e não faltam pedras e estilingues para lançá-las contra aquilo que, superdimensionado, significa.
>
O ministro precisa ser defendido não mais pela presunção de sua inocência, mas pelo significado que sua queda traria para o governo.
>
A queda de Palocci, nestas condições atuais, significaria um arranhão enorme para o PT e suas pretensões expansionistas nas eleições de 2012.
>
Também comprometeria a capacidade de articulação política do governo e poderia ascender grupos políticos conservadores para postos chaves, intermediários do governo no Congresso, adulterando, por pura necessidade de governabilidade, a agenda política ora vigente.  
 >
Severino Cavalcanti ascendeu ao comando da Câmara em uma situação análoga a esta.
>
Além do, inevitável, afastamento de lideranças progressistas do governo, com um cenário como estes prevalecendo.
>
O governo poderia esvair-se de legitimidade à esquerda e tornar-se presa fácil dos fisiologistas de plantão pelo centro e á direita.
>
O preço é muito salgado demais, o sensacionalismo prevaleceria daí para frente, um espetéculo semanal de manchetes de jornais, revistais, TV's e portais da internet: requentando informações e alongando os capítulos à beira das eleições de 2014.
>
As eleições de 2012 estabelecem os territórios para quem quer chegar a 2014 em boas condições de lutar pelo poder central, um recuo do espaço hoje dominado pelos partidos governistas sinalizaria, distintamente, para dentro e fora das bases de sustentação.
>
Para dentro daria motivos necessários para aqueles que, por oportunismo hoje se mantém ao lado do governo, pular fora do barco.
>
Para fora daria sinais claros de que é possível derrotar o governo e sua coalizão heterogênea e dispersa, agregando novos aliados para a batalha eleitoral.
>
O governo Dilma enfrenta seu grande dilema e precisará contra-atacar com mais força e organização para evitar que estas ondas de denuncismos que atacam seu principal ministro não se transformem em um tsunami político.
>
O papel que creio ser o mais decisivo a se desempenhar pela blogosfera progressista nesta batalha, seja o de defender o governo contra seus detratores e preservar o ministro Palocci, principalmente pelo o que ele significa para o governo da presidenta Dilma e todos os avanços alcançados, na economia e no social desde 2003, não necessariamente pela sua representação política pessoal.
>
Palocci de pé é o necessário pilar de sustentação do Novo Brasil que precisa continuar avançando, se sairá um dia do governo, definitivamente não é este o momento adequado, juntar-se aos apedrejadores da oposição e da imprensa conservadora criará um vácuo no agrupamento daqueles que se proclamam progressistas e permitirá que avancem os conservadores sobre um território disperso, em conflito e fácil de ser vencido, tal como se tornou a articulação política nas últimas votações parlamentares.
>
Palocci deixou de ser pessoa física para resignificar nome de uma luta travada severamente pela hegemonia política do país. 
>
Postado no Palavras Diversas

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...