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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Camponês tem 5 vezes mais chance de viver na pobreza extrema

Enquanto o agronegócio batia recordes de produção, exportações e faturamento em vinte anos, cinco milhões de brasileiros fugiam do campo. Hoje, um quarto da população rural vive na pobreza extrema, segundo censo do IBGE. Nas cidades, miséria atinge 5% das pessoas. Grito da Terra 2011 pede 'ações emergencias' contra pobreza rural. Plano anti miséria do governo terá ações específicas para o campo.

André Barrocal
BRASÍLIA – As estatísticas do agronegócio brasileiro em duas décadas impressionam. De 1990 a 2010, suas exportações multiplicaram-se por dez e hoje sustentam sozinhas o lucro do país no comércio com o exterior. A produção agrícola mais que duplicou e beira 160 milhões de toneladas ao ano, a maior safra do mundo depois da norte-americana. A economia rural enriqueceu seis vezes desde 1995 e atingiu R$ 180 bilhões em 2010. Foi o setor campeão de crescimento em dez anos, diz o ministério da Agricultura. Uma história de sucesso, portanto.
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Essa história, contudo, é incompleta. O campo também exibe desalento. Quem nasce ali tem cinco vezes mais chances de viver na pobreza extrema do que se tivesse nascido numa área urbana. Sete vezes mais possibilidades de morar numa casa sem luz elétrica e o triplo de não ter água e banheiro. Não surpreende que a zona rural tenha perdido cinco milhões de habitantes em duas décadas, enquanto a população das cidades ficava 45 milhões maior, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010 e que começou a ser divulgado no fim de abril.
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O censo - que aponta a existência de 190 milhões de brasileiros, 85% em áreas urbanas - está ajudando o governo a preparar um plano de combate à pobreza extrema que deve ser anunciado em junho. A partir dele, foi possível definir o que seria pobreza extrema e identificar quem são e como vivem os brasileiros mergulhados nela. A conclusão é de que se trata de alguém com renda mensal máxima de R$ 70 reais e de que há 16,2 milhões de pessoas nesta situação. São eles o alvo do futuro programa.
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Os miseráveis espalham-se de forma parecida entre a zona urbana e a rural. São 8,6 milhões na primeira e 7,5 milhões, na segunda. Mas há indícios de que o pobre camponês parece sofrer mais, porque a infra-estrutura rural é bem pior e o peso da miséria na população rural, também. Falta luz para cerca de 15% dos miseráveis camponeses e para cerca de 2% dos urbanos. Falta água para 75% e 20%, respectivamente. Esgoto é uma realidade para uns 10% dos pobres do campo e uns 45% dos urbanos. Nas cidades, encontra-se um miserável a cada vinte pessoas. No campo, um a cada quatro.
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Leia na íntegra aqui
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Postado no Carta Maior e Agência Brasil

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