Battisti fica, Gilmar perde e julga o Nunca Dantes

>>>>>>>>>>>>>>>>>Reação ao saber do voto do Gilmar Dantas (*)

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No julgamento de Cesare Battisti, o relator Gilmar Dantas (*) perdeu e tentou ganhar no tapetão.
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Por maioria, o Supremo decidiu, antes de tudo, que a Itália não tinha o direito de questionar se o Presidente Nunca Dantes tinha o direito de mandar soltar Battisti.
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Mas, o relator Gilmar Mendes não se conformou.
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E decidiu rever o que a maioria do Supremo tinha acabado de decidir.
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Levou um pito do Ministro Joaquim Barbosa, que lembrou:
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1)    A ação da Itália foi rejeitada; agora, se julga se Battisti vai ser solto ou não;
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2)    Segundo, Battisti está preso no Brasil há quatro anos. É sobre isso o que se decide, e mais nada.
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Mas, Gilmar não se curvou.
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Abriu o tapetão.
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E leu o voto até o fim, muitas vezes aos berros.
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Ele tinha preparado um voto na suposição de que a pretensão da Itália seria aceita.
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Não foi.
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Mas, o voto precisava ser lido – para que ficasse claro o que pensava (sobre Lula).
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Já que, visivelmente, a exaltação derivava do fato de que se julgava ali uma pendência entre ele, que se julgou Supremo Presidente Supremo com o Nunca Dantes.
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Battisti entrou de Pilatos no credo.
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Gilmar queria desautorizar Lula.
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Mostrava que a decisão de Lula estava errada, porque ele, Gilmar, não erra.
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É Supremo.
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Gilmar sempre vota politicamente.
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Às vezes também partidariamente.
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Mas, sempre, politicamente – com as causas da conservação e do atraso.
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Ele chamou ministros de “pouco inteligentes”.
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Disse que, se não se cumprisse o que ele queria, o Supremo se transformava num grêmio lítero-musical.
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E berrava !
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E insistia em ganhar no tapetão.
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Argumentava que Lula não podia soltar Battisti.
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Questão que já tinha sido votada.
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Mas, ele não se conformava.
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O problema dele é o Lula.
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O problema dele é haver a hipótese de uma autoridade que se sobreponha à dele.
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Este ansioso blogueiro acha que Battisti deveria estar encarcerado na Itália.
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Mas, acha também que o Supremo perdeu muito tempo, a escutar a catilinária gilmariana.
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A Itália perdeu a ação.
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O voto do Gilmar era impertinente.
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Gilmar não se corrige: para ele, Lula não foi Presidente do Brasil !
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Paulo Henrique Amorim

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(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. 

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Postado no Conversa Afiada