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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fernando Morais, o terrorismo dos EUA contra Cuba e os últimos soldados da Guerra Fria

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Por Joana Rozowykwiat, do Portal Vermelho
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Houve um tempo em que mercenários contratados por organizações de extrema-direita da Flórida recebiam U$ 1,5 mil por bomba colocada em Cuba. “Hoje ainda é possível ver em Miami manifestações de rua contra a Revolução, mas as novas gerações parecem mais interessadas em ouvir salsa do que em colocar bombas”, disse o jornalista Fernando Morais ao Vermelho. Morais está lançando Os últimos soldados da Guerra Fria, livro-reportagem que reconstitui a trajetória de agentes secretos de Cuba, que se infiltraram nos Estados Unidos para impedir ações terroristas contra a ilha.

Um dos agentes secretos retratados no livro foi libertado recentemente, nos Estados Unidos, depois de 13 anos de prisão. Apesar de ter cumprido toda a sua pena, René está sendo obrigado pela Justiça norte-americana a permanecer nos EUA, em “liberdade vigiada”, por mais três anos.

Esse é apenas o capítulo mais recente da trama narrada por Morais, que poderia muito bem ter saído de um trailer hollywoodiano – com cenas de espionagem, suspense e aventura –, mas não tem nada de ficção. Foi vivida por 12 homens e duas mulheres que aceitaram deixar suas vidas em Cuba para integrar a Rede Vespa e espionar algumas das 47 organizações anticubanas que existiam em Miami na época.

“Eram organizações de extrema-direita, que atuavam como entidades humanitárias para ocultar seu verdadeiro objetivo”, contou Morais ao Vermelho. Tais grupos – contrários ao regime comunista implantado por Fidel Castro – se dedicavam desde a jogar pragas nas lavouras cubanas até a sequestrar aviões que levavam turistas à ilha.

Depois do colapso da União Soviética, o turismo assumiu papel preponderante na economia cubana, e as organizações anticastristas passaram a empenhar esforços para demonstrar que a ilha não era segura para os estrangeiros. Para isso, colocaram bombas em hotéis e bares e alvejaram navios repletos de visitantes. Infiltrados nesses grupos, os agentes da Rede Vespa conseguiram impedir várias agressões.

Para investigar e contar essa história – e também a daqueles que estavam do outro lado –, Morais viajou 20 vezes a Cuba e aos Estados Unidos, debruçou-se sobre diversos documentos dos dois países, fez 40 entrevistas.

O resultado é uma obra que já é sucesso de vendas no Brasil. De acordo com a Rádio Havana Cuba, o livro vendeu 20 mil exemplares em três semanas e aguarda lançamento em espanhol e inglês. Conhecedor da realidade cubana (este é o segundo livro relacionado à ilha que escreve), Morais falou ao Vermelho sobre a publicação, as relações entre Cuba e Estados Unidos e seus próximos projetos.

Segundo ele, se o presidente Barack Obama se reeleger, no ano que vem, pode ser que indulte os agentes cubanos que ainda estão presos nos Estados Unidos. “Enquanto Obama precisar dos votos da Flórida, majoritariamente cubanos, não há a menor chance de isso acontecer”, avaliou. Veja abaixo a entrevista concedida por e-mail.
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Leia a entrevista aqui
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Vi no blog da UEPB

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