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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um cidadão Kane acuado

A cada dia, mais complicada se torna a situação do magnata das comunicações Rupert Murdoch. Nesta quinta-feira 14, foi preso o ex-editor executivo Neil Wallis, do News of the World, jornal londrino envolvido em um escândalo de escutas telefônicas ilegais e pagamento de subornos a policiais em troca de informações. Ele é a nona pessoa ligada ao jornal detida no caso.
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O Guardian informou em sua versão online que Wallis foi levado para prestar depoimento em uma delegacia de Londres. Antes de chegar ao cargo de editor-executivo em 2007, Wallis foi editor adjunto do tabloide desde 2003. Ele deixou o cargo em 2009 e hoje é consultor na empresa de relações públicas Outside Organisation.
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Durante anos, Wallis foi subordinado ao então diretor Andy Coulson, que foi chefe de imprensa do atual primeiro ministro do Reino Unido David Cameron. Coulson foi detido na última sexta-feira 8 por supostamente ter incentivado os jornalistas do News of the World a realizar grampos telefônicos e ter ainda autorizado o pagamento de valores a policiais em troca de informações. Ele foi liberado sob fiança.
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Em 2003, Coulson assumiu a direção do jornal, no mesmo ano em que tiveram início as escutas. Em janeiro de 2007 ele deixou o cargo após o jornalista do News of the World Clive Goodman ter sido preso por admitir ter realizado escutas em telefones de membros da família real britânica.
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O News of the World circulou pela última vez no domingo 10 e a decisão de fechá-lo partiu de Murdoch, dono do conglomerado News Corporation. O encerramento das atividades foi consequência do desgates causado pelo escândalo dos grampos. O próprio Murdoch, informa o jornal El País, foi convocado a depor na Comissão de Cultura do Parlamento do país, que investiga as escutas ilegais.
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Também foram chamados a depor o filho do magnata e presidente da filial britânica da News Corporation, James Murdoch, e a diretora-executiva do grupo Rebekah Brooks. Até o momento apenas Brooks confirmou que se apresentará à Câmara dos Comuns. Em duas cartas, Rupert e James Murdoch, que não são cidadãos britânicos, disseram que não estão disponíveis na data estipulada pela casa. O magnata disse ainda que está “totalmente preparado para apresentar evidências no processo judicial que será iniciado num futuro próximo”.
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Jean Charles de Menezes
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A Scotland Yard divulgou, nesta quinta-feira 14, que Alex Pereira, um dos primos do brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista e morto brutalmente pela polícia britânica num metrô de Londres em 2005, teve seu telefone interceptado pelo tabloide.
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O caso do primo de Jean Charles de Menezes junta-se as escutas realizadas em números telefônicos de celebridades, familiares de vítimas dos atentados de 7 de julho de 2005, políticos, membros da família real e de familiares de soldados britânicos mortos no Afeganistão e no Iraque, num total de mais de quatro mil pessoas grampeadas.
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As consequências do escândalo também refletiram nos planos de expansão do conglomerado de Murdoch. Ele desistiu de comprar a totalidade das ações do canal BSkyB, da qual já detinha 39%.
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Postado no Carta Capital
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Comentário do blogueiro aqui: "E se aqui no Brasil fosse aberta uma investigação para apurar certas condutas de revista e de alguns meios de comunicação, como seria? Acredito que muita coisa sairia de baixo do tapete e dos bastidores – muita lama mesmo – dos que se consideram o quarto poder, mas, isso não vai acontecer, pois, os barões da mídia e proprietários dessas revistas “imparciais”, logo gritariam, dizendo que isso seria uma ofensa e um ataque a liberdade de expressão. Só se for um ataque a liberdade deles. Porque ninguém está acima da lei, pelo menos na teoria".

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