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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Rumos incertos do PT paraibano

PT da Paraíba Marcado pela falta de diálogo e legitimação.
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Por Valter Campelo – 15/12/2011 -
PT Campina Grande/PB.
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Está cada vez mais difícil pensar em uma convivência harmoniosa no PT paraibano. Existe um passivo de conflitos não trabalhados que impedem um diálogo minimamente respeitoso entre os dirigentes do PT e a militância.
Independentemente de qual maioria se formar nos próximos anos, a ausência de debates sobre os rumos do partido e a falta de legitimidade dos atuais dirigentes levará a um afastamento maior entre os envolvidos.
Somente a garantia da manifestação livre dos filiados poderia conferir legitimidade a uma direção que teria a tarefa de estabelecer alguns pontos de acordo de convivência e respeito.
Como garantir a realização de um pleito no qual se manifestem os filiados interessados nos rumos do partido sem a interferência externa ou sem a utilização de mecanismos ilícitos de captação de votos?
Os cargos partidários precisam deixar de ser meios de negociação com governos e gabinetes de cargos e vantagens para um ou outro grupo político. É fundamental retomar a liderança e direção partidária como manifestação de orientação política, qualquer que seja ela, dentro do horizonte histórico do partido.
Deixei de integrar a direção partidária a partir do momento em que deixaram de ser espaços de discussão de políticas para se tornar meios de obtenção de vantagens para os dirigentes e seus grupos.
A discussão que deveríamos travar prioritariamente é aquela ligada às políticas que levem à melhoria das condições de vida da população e o aumento crescente da democracia no Estado.
São legítimas as alianças e é legítimo defendê-las. O que não é legítimo é permitir que outros partidos manipulem as decisões partidárias como moeda de troca de manutenção ou obtenção de cargos em governos ou gabinetes por parte de uma minoria.
Defender candidatura própria para o partido nas eleições de 2012 é legítimo, mas não menos legítimo é defender a manutenção de alianças que estejam no rumo dos objetivos do partido.
O que acontece em Campina Grande é a deterioração da ação partidária. Um partido dirigido de fora, seguindo as ordens de pessoas estranhas ao partido, de maneira subserviente. Não temos uma aliança verdadeira em Campina Grande, onde partidos se unem para governar uma cidade tão importante como a nossa. Existe uma hierarquia entre partidos que impede o debate livre sobre os rumos da administração. Independente do tamanho do partido, as relações políticas deveriam ser de respeito e diálogo.
A defesa de candidatura própria em Campina soa falsa, pelo fato do presidente do partido ser pessoa de confiança do PMDB, sem a indispensável independência e autonomia para conduzir a discussão sobre a manutenção ou não da aliança em Campina, e junto com ele estão diversos dirigentes que sobrevivem das benesses que o poder público pode lhe oferecer. Que liberdade tem um dirigente para decidir uma aliança ou não se o seu contracheque do governo é o seu ganha-pão?
Que garantia teremos de uma manifestação livre dos filiados em uma possível decisão no voto?

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