Subscribe Twitter Facebook

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Os jornalões no golpe militar de 1964

Por Ana Flávia Marx, no sítio Vermelho:
>
A participação dos veículos de comunicação na preparação do golpe de 64 já é conhecida e registrada na história do Brasil por estudiosos, historiadores e jornalistas. Contudo, diante da marca de 49 anos da ação golpista é bom tirar lições sobre o papel que a grande imprensa jogou e joga no país, observado com alta dose de displicência do ministro da comunicação do governo Dilma, Paulo Bernardo.
> 
O envolvimento e articulação dos dirigentes dos jornais começou logo após a posse do presidente João Goulart. Com o estímulo e financiamento de empresários que em boa parte eram de fora do país, foi fundado o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) [1], que além do capital externo, tinha como associados militares da Escola Superior de Guerra e donos de veículos de comunicação em que o objetivo comum era “combater o plano de socialização dormente no seio do governo”.

Com a formação do IPES, estava sacramentada a agrupação formal dos conspiradores e para dar mais consistência às ideias engendradas e se tornar oficialmente o núcleo que orientava a elite e os deputados da UDN (União Democrática Nacional). A Folha de São Paulo em conjunto com o Correio da Manhã, promoveu o Congresso Brasileiro para Definição das Reformas de Base, que moldou a atuação das forças conservadoras no Congresso Nacional.
H 
De frente à uma elite ainda vacilante, o veículo da família Frias, incitava no editorial “Esses não se omitiram”, do dia 21 de janeiro de 1963 [2]: “Será pouco provável que fique desaproveitado o fruto que vai surgir desse congresso de homens que não desejam se omitir, promovido e apoiado pela imprensa que igualmente não deseja omitir-se”.


A coesão das forças ditatoriais estava legitimada com os jornalões que pregavam ser “instrumento de utilidade pública”.  
>
A articulação do golpe
>
Boa parte das discussões passavam por Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, que abriu a sua casa para os conspiradores. Há quatorze dias do golpe, Chatô recebeu o dono do banco Bradesco, Amador Aguiar para divulgar para outros banqueiros, empresários, militares e os donos dos principais jornais do país o artigo de sua autoria que seria publicado no dia seguinte.

>
Com toda a pompa de uma festa, Chatô convocou o narrador da Rádio Tupi, Lima Duarte para ler o texto aos presentes: “Só temos uma mensagem para mandar aos inimigos da paz pública. Será irmos para as ruas [...] chuçar as hordas marxistas que o governo arregimenta e comanda, de acordo com os planos do comuno-nacionalismo. Somos nós que vamos assumir a ofensiva” [3].

>
Os ensaios do golpe serviram para unir Júlio de Mesquita Filho, dono do jornal O Estado de S. Paulo, e Chatô, pois o primeiro não se conformava com o apoio dos Diários Associados para Getúlio Vargas e os dois mantinham uma briga anunciada em seus editoriais. Porém, depois de assistirem a Marcha da Família com Deus pela liberdade, no dia 19 de março de 64, o dono do Estadão passou a frequentar a Casa Amarela e bureau do golpe, como era conhecida a casa de Chatô.

>
Para o jornalista Cláudio Abramo, a “nova amizade” era sinal de que o golpe iria mesmo acontecer. “A burguesia é muito atilada nessas coisas, não tem os preconceitos pueris da esquerda. Na hora H ela se une”  [4], relatou Abramo em seu livro.

>
Júlio de Mesquita estava no centro da conspiração. Ainda em 62, recebeu das mãos de Orlando Geisel, irmão de Ernesto Geisel, as normativas para após o golpe. O jornalista respondeu com uma carta cujo título era “Roteiro da Revolução” [5].

>
O roteiro formulava as linhas e entrelinhas de como funcionariam as instituições brasileiras após o golpe. Mesquita chegou a preocupar-se com o tempo em que os militares iriam ficar no poder, mas não insistiu na questão, que era considerada menor. No roteiro, o jornalista propôs o estado de sítio; uma limpeza nos quadros da justiça para esta não atrapalhar em nada e, entre outras “cláusulas” do contrato, a nomeação de ministros indicados por ele.

>
Depois de emitir o guia para a regulamentação do golpe, Júlio de Mesquita procurou o jurista Vicente Rao, ministro da justiça do Estado Novo para formulação de um Ato Institucional.

>
As coincidências entre o texto elaborado junto com Rao e o ato institucional de abril são muitas. Eles apontaram que o fechamento do senado e do congresso, a nomeação de interventores nos governo estaduais e a suspensão temporária de direitos constitucionais eram essenciais para a vitória do movimento em curso [6].

>
Os donos dos veículos de comunicação devem ter começado o dia 1º de abril com um café da manhã que tinha o sabor da vitória, enquanto borravam a história do país e a democracia brasileira com ignorância, violência, dor e sangue.
 
 >
A “displicência” de Paulo Bernardo
>
Diante desses fatos que marcaram a democracia brasileira é extremamente importante absorver ensinamentos da história. O discurso do ministro da comunicação, Paulo Bernardo, reforça a confusão entre marco regulatório da comunicação e censura.

>
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Paulo Bernardo diz que o “marco regulatório não pode ser confundido com controle da imprensa nem com nenhum tipo de controle de nada” [7].

>
O ministro incorporou a tese da mídia monopolizada que, inclusive utiliza o exemplo de outros países da América Latina diariamente em seus jornais, para dizer que a proposta impõe a censura.

>
Por parte dos ativistas que, aliás, é muito mais amplo que o Partido dos Trabalhadores, não há nada de censura e controle prévio. Há, o contrário, propostas que favorecem a consolidação do processo democrático do país.

> 
Entre as propostas consta a pluralidade e diversidade na mídia; a restrição de monopólios e oligopólios, a unificação da legislação que é toda fragmentada, e até mesmo o direito de resposta sobre veiculações sem responsabilidades com a apuração real dos fatos.

>
Se Paulo Bernardo e a presidenta Dilma Rousseff não encarar o tema com a seriedade que merece, o governo brasileiro pode estar dando corda para que o IPES de outrora seja o Instituto Millenium de hoje, onde as discussões para intervenção formal já faz parte da pauta.

>
Notas:

[1,5,6] Oscar Pilagallo. A história da imprensa paulista. Três Estrelas. 2012. 

[2] Acervo Folha de São Paulo. Editorial do dia 21/01/1963

[4]Claudio Abramo. A regra do jogo: o jornalismo e a ética do marceneiro. Companhia das Letras.1988

[3]Fernando Morais. Chatô: O rei do Brasil. Companhia das Letras. 1994.

[7]Entrevista com Paulo Bernardo. O Estado de S. Paulo. 20/03/2013
>
Blog do Miro

sábado, 30 de março de 2013

Política no ar e no sangue: a concentração Midiática na Paraíba

O modelo de expansão dos meios de comunicação no Brasil teve sua ação centralizada e controlada por poucos. O que colaborou para que as concessões de radiodifusão se tornassem uma importante moeda política usada para conquista de apoio partidário e eleitoral. O resultado disso é catastrófico: a mídia no Brasil é fortemente caracterizada pela concentração das concessões de radiodifusão nas mãos de poucas famílias e uma grande quantidade de políticos como concessionários. Com os meios de comunicação atrelados a interesses particulares, não podemos nos iludir com uma comunicação democrática. Tal conjuntura torna impossível que a mídia atue como ferramenta para a difusão e defesa do interesse público.

Na Paraíba, a situação não é diferente: poucas famílias dominam a mídia e o número de políticos que detém concessões de radiodifusão é considerável. Tão considerável que é possível contar nos dedos de uma única mão as concessões que não estão nas mãos de políticos. Apesar de ser um serviço público, o setor de radiodifusão no Brasil ainda é pouco coberto pelas ferramentas de transparência, que mudaram a paisagem da democracia brasileira e de certa forma alteraram o modo de lidar com os bens públicos. Saber quem são donos e a que interesses estão atrelados é fundamental para compreender a emissora que presta serviço. A relevância, no entanto, não altera o quadro de quase escuridão.

Devido à ausência dessa transparência de informações, para ter acesso a dados mais detalhados sobre esse setor é preciso ter talento de detetive. Uma observação rápida da lista de sócios e diretores das concessões de radiodifusão na Paraíba é suficiente para perceber a grande repetição de nomes e sobrenomes, o que caracteriza a concentração. Já uma observação um pouquinho mais atenta nos fará enxergar um panorama ainda mais preocupante. A propriedade dos meios de comunicação na Paraíba coincide com o universo de disputa política do estado. Falamos, portanto, do controle político da produção da informação. Essa constatação não deve colocar em alerta somente os paraibanos. Este panorama é um retrato da comunicação brasileira, o que reforça a necessidade de que a bandeira da democratização da comunicação precisa ser empunhada por toda a sociedade.

Com os meios de comunicação nas mãos, famílias historicamente abastardas detêm não só um palanque midiático, mas um fórum permanente de discussões. Focando no caso paraibano, a conclusão é bastante desconfortante: a mídia paraibana está fortemente submetida aos interesses privados e hegemonicamente vinculada às elites políticas conservadoras. Mais do que detentores de mandatos políticos, a parcela que não coincidentemente detém as concessões é, em sua maioria, composta por grandes agropecuaristas do estado, usineiros e empresários. Que se dividem entre atividades partidárias e empresariais. 


Quem são os radiodifusores-políticos paraibanos?



A tônica das Políticas de Comunicação clientelista de diversas gestões presidenciais acentua o caráter concentrado da estrutura midiática brasileira, mas uma gestão do executivo em especial potencializou a situação. Beneficiando sobretudo os políticos, o governo Sarney, tendo Antônio Carlos Magalhães como chefe do Ministério das Comunicações, foi uma verdadeira “fábrica de concessões”. Os critérios de distribuição que eram políticos e claramente clientelistas se perpetuaram ao longo da vida política brasileira. Como reflexo dessa realidade, vários políticos detêm, em seus nomes, concessões de radiodifusão na Paraíba. Se computarmos nessa conta os políticos sem mandatos, seus filhos ou parentes a lista praticamente coincidiria com aquela disponibilizada no portal do Ministério das Comunicações.

Ligados ao panorama político mais recente, podemos destacar os seguintes nomes: Armando Abílio, ex-deputado federal e presidente do PTB, é sócio da Rádio Cidade Esperança, em Esperança; Damião Feliciano, também deputado federal, é sócio da Rádio Santa Rita e da Rádio Panorâmica, em Campina Grande; Efraim Morais, ex-senador e atualmente Secretário de Infraestrutura do Estado, é sócio da Rádio Vale do Sabugi, em Santa Luzia, sua cidade natal; Francisca Motta, prefeita de Patos, é Sócia do Sistema Itatunga de Comunicação e da Rádio Itatunga, em Patos; Marcondes Gadelha, presidente do PSC, é sócio da Rádio Jornal de Sousa e da Rádio Líder; Nabor Wanderley, ex-prefeito de Patos, ao lado da atual prefeita da cidade, é sócio do Sistema Itatunga de Comunicação e da Rádio Itatunga; José Rafael Aguiar, segundo suplente do Senador Cícero Lucena, é sócio-diretor da Rádio Cultura de Guarabira, parentes também são sócios da Rádio Guarabira FM; Léa Toscano, deputada estadual e ex-prefeita da cidade de Guarabira, é sócia da Rádio Constelação, da cidade de Guarabira. Léa também é esposa do atual prefeito; Raniery Paulino, deputado estadual e filho do ex-governador Roberto Paulino, é sócio da Rádio Guarabira FM, que atua na cidade de Guarabira e São Bento; Rita Nunes, ex-prefeita de Teixeira, é sócia da Rádio Liberdade, na cidade em que governou; Wilson Braga, deputado estadual e ex-governador da Paraíba é sócio da Rádio Cidade de Piancó, ao lado de sua irmã Nice Braga. Nice é irmã de Vani Braga, ex-prefeita da cidade Conceição, e mãe de Alexandre Braga Pegado, ex-prefeito da mesma cidade, e de Francisca Leomar, conhecida como Lola, candidata derrotada a prefeitura em 2012, que ao lado da cunhada é sócia da rádio Conceição FM. A família comandou a cidade por mais de 50 anos. 

A ligação com políticos não se resume às rádios e sistemas de comunicação do interior do estado somente. Os dois principais sistemas de comunicação, também estão nas mãos de duas figuras que atuaram na Política. A Rede Paraíba, que aglomera o Jornal da Paraíba, as TV Paraíba e TV Cabo Branco, as rádios CBN e Cabo Branco e o Portal G1, é administrada pelo grupo São Braz, da família Silva. Tem José Carlos da Silva Júnior como sócio. Silva Júnior, como é conhecido na Política, foi vice-governador da Paraíba de 1983 a 1986, na gestão Wilson Braga, e suplente de Ronaldo Cunha Lima no Senado. Assumindo o cargo, em virtude do afastamento do titular, em 1996, 1997 e 1999. O Sistema Correio, por sua vez, é administrado pela família de Roberto Cavalcanti. Reúne as TV Correio e RCTV, o jornal Correio da Paraíba e o Paraíba Já, o Portal Correio e várias rádios. A maior parte das concessões está nos nomes de Beatriz Albuquerque Ribeiro, Maria Alice Albuquerque Ribeiro e Martha Albuquerque Ribeiro, outras estão registradas no nome de Roberto Cavalcanti Filho, todos parentes de Roberto Cavalcanti, que também detém concessões em seu nome. Roberto Cavalcanti foi suplente no Senado de José Maranhão e chegou a assumir o cargo em 2006 e de 2009 a 2011, depois de executar, através de seus veículos, uma intensa campanha pela cassação do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima.


Comunicação como um negócio de família e o controle Político da Informação



            Assim como a Política, a comunicação também é um negócio de família. Muito embora, a quantidade de Políticos concessionários seja considerável, muitos também são beneficiados pelas concessões sem solicitá-las em seu próprio nome. Na órbita do poder político, algumas concessões estão em nomes de terceiros ou de parentes de políticos influentes. Como é o caso de Agnaldo Ribeiro, Ministro das Cidades. Segundo dados do Observatório do Direito à Comunicação e da Folha de São Paulo, o Ministro controla, através de terceiros, as concessões das rádios Cariri AM e PB FM. Agnaldo é filho de Enivaldo Ribeiro (ex-prefeito de Campina Grande), presidente do PP, e irmão da Deputada Estadual Daniela Ribeiro, que tem um programa chamado “Mandato Popular” na rádio. A mãe deles, Virgínia Veloso Borges, é prefeita da cidade de Pilar.

E este é um ponto interessante para pensarmos sobre o leque de beneficiados pelas concessões públicas. Já que parte da atividade política consiste no controle da formação da opinião pública, nas mãos de membros e empregados, a concessão é ferramenta importante para a manutenção dos interesses políticos daquele grupo familiar. Na Paraíba, vários familiares de políticos detêm concessões de radiodifusão. O irmão do Deputado Estadual Carlos Batinga, por exemplo, Alberto Jorge Batinga Chaves, é sócio-diretor da Rádio Cidade FM de Sumé, na ponta sul da Paraíba, região de atuação política do deputado.  Ele também é sócio de uma rádio com mesmo nome em Cuité, cidade localizada no extremo norte do estado. 
* (grifo meu)Tarcísio Marcelo, que já foi prefeito da cidade de Belém, agreste paraibano, e ex-deputado estadual é sócio-superintendente da rádio Talismã FM, Tárcisio é filho do ex-prefeito da cidade, João Gomes de Lima e irmão do deputado e Presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Ricardo Marcelo.

O mesmo acontece em Sousa, onde dez membros da família Gadelha dividem a sociedade de duas importantes rádios da cidade: a Rádio Jornal de Sousa e o Sistema Regional de Comunicação, cujo nome fantasia é “Rádio Líder FM”. A família também domina a disputa política da região. Salomão Gadelha, já falecido, foi prefeito da cidade. Marcondes Gadelha foi senador e atualmente preside o PSC, seu filho Leonardo Gadelha é deputado federal. Lafayette Gadelha é vereador da cidade, e ao lado de sua irmã Myriam Gadelha administra a Rádio Líder. André Gadelha é o atual prefeito. Dois membros da família, Renato Gadelha e Dalton Gadelha, compartilham sociedade da rádio Cidade de Esperança FM, com o ex-deputado federal Armando Abílio. A rádio Líder FM teve sua programação temporariamente suspensa durante a disputa eleitoral de 2012. A justiça constatou que a emissora dedicou mais de 50% do tempo de diversos programas da grade beneficiando o candidato a prefeito André Gadelha, em detrimento dos outros candidatos.

As ondas sonoras de Cajazeiras também são ocupadas pela Rádio Progresso de Souza FM. Esta rádio tem como sócios João Virgínio de Sousa, o João Cazé, ex-vereador do município; Homero de Sá Pires, ex-prefeito da cidade de Santa Cruz na década de 1960 e pai de Lindolfo Pires, que atualmente é Deputado Estadual, e candidatou-se a prefeitura da cidade em 2012; outro sócio é José Marques Mariz, parente do ex-governador da Paraíba, Antônio Mariz.  Já a Rádio Sousa Fm é uma sociedade de Francisco Coura de Sousa e Lúcia Fátima de Oliveira Coura. A família Coura tem tradição empresarial formando o grupo F. Coura. Porém teve representantes na política como Francisco de Assis de Sousa, conhecido como Hominho Coura, que foi vereador de Sousa de 1992 a 2001.

Na cidade de Patos o domínio da comunicação se confunde com a árvore genealógica da família, cujo tempo de administração da cidade é de 35 anos. A atual prefeita é sócia da radio Itatunga ao lado do seu ex-genro, o ex-prefeito da cidade Nabor Wanderley Filho. O mandato do deputado federal Hugo Mota também é um legado da família. Hugo é neto de Francisca atual prefeita e de Edvaldo Fernandes Motta, ex-deputado também sócio da rádio, e de Nabor Wanderley, ex-prefeito. Hugo é filho de Nabor Wanderley Filho, que também ex-prefeito.

Em Pombal, a posse dos meios de comunicação também coincide com a Política. São os Pereira Lima que detém a concessão da Rádio Maringá, desde 1982, e alguns mandatos políticos.  Na lista atualizada em Janeiro de 2013 pelo Ministério das Comunicações, Adauto Pereira Lima, já falecido, permanece como sócio da Rádio Maringá de Pombal, ao lado do seu irmão Aécio, também falecido. Adauto foi deputado estadual de 1983 até 2003, quando morreu. O pai deles foi prefeito da cidade por três mandatos. Já Aécio foi deputado de 1975 a 1983.

Em Guarabira, o panorama se repete, mas ganha contornos diferentes. A Rádio Guarabira FM é dividida entre Beatriz Ribeiro, diretora do Sistema Correio de Comunicação, o deputado estadual Raniery Paulino e membros da família Aguiar: Jaberlly Cristina de Lucena Aguiar, Maria José de Lucena Aguiar e Jacquelyne de Lucena Aguiar, que têm relações políticas diversificadas. João Rafael de Aguiar, patriarca da família, é também sócio-diretor da Rádio Cultura de Guarabira. Empresário importante da cidade, João Rafael é segundo suplente do Senador Cícero Lucena. Segundo o portal Parlamento PB, as relações políticas da família são bem diversificadas, já que apesar de suplente do senador do PSDB, suas filhas atuam como assessoras do Senador Vital do Rêgo, do PMDB.

A atual conjuntura política do estado e o comportamento dos grandes grupos de comunicação também colaboram para que o jogo político da radiodifusão na região seja bastante complexo. Como citamos, a sociedade da Rádio Guarabira Fm também é dividida entre deputado Raniery Paulino, da família que disputa a política na região e que hoje é oposição tanto no panorama estadual quanto do município de Guarabira, e o Sistema Correio de Comunicação, que atualmente está na órbita do governo estadual. Entrevistando o atual prefeito da cidade, Zenóbio Toscano, jornalistas da Rádio Correio em João Pessoa insinuaram, ao vivo, que a entrevista pudesse não ser retransmitida na rádio Guarabira FM, em virtude de romper com os interesses do grupo político dos Paulinos. O diretor de Radiojornalismo do Sistema Correio, o jornalista, que também é dono do portal PoliticaPB e da Revista Politika e pré-candidato a deputado estadual, Fabiano Gomes, foi enfático e declarou que se isso acontecesse, o sócio deveria “pegar o seu boné”, isto é, acabar com a sociedade já que os interesses políticos do Sistema de Comunicação na região agora são outros. Ouça o trecho aqui

Porém o atual prefeito, Zenóbio Toscano, não está fora da rede de concessionários. Sua esposa e deputada estadual Maria Hailea Araujo Toscano, cujo apelido é Léa Toscano, é sócia da rádio Constelação, também em Guarabira.  A disputa política na região coincide com essa divisão dos meios de comunicação do município. Veja: O pai de Raniery Paulino, Roberto Paulino, foi prefeito da cidade entre 1977 e 1982, sucedido por Zenóbio Toscano 1983-1988; Roberto retoma o poder em 1989 a 1992; é sucedido por Jáder Soares Pimentel, 1993 a 1996; quando assume Léa Toscano por dois mandatos de 1997 a 2004; sucedida por Maria de Fátima Paulino, por dois mandatos 2005 a 2012; até que Zenóbio retoma o poder para o mandato de 2013-2017. Tal relato só reforça a tese de que os meios de comunicação estão diretamente conectados com os interesses e a disputa política. O que nos leva a concluir que a produção e a distribuição da informação da região estão a serviço do interesse particular destas famílias em detrimento ao interesse público.


Os Governadores e os seus veículos 

            Não para por aí. Do período político de redemocratização até os dias de hoje, a maioria dos governadores paraibanos estiveram sob o guarda chuva de veículos de comunicação que são negócios de suas famílias. Vamos começar por Clóvis Bezerra Cavalcanti, já falecido, mas que ainda consta como sócio na lista do Ministério das Comunicações foi governador por um ano (1982/1983), vice-governador em dois mandatos, prefeito da cidade de Bananeiras e deputado de meados da década de 1940 a 1980. É sócio da Rádio Integração do Brejo, na cidade de Bananeiras, ao lado de Mozart Bezerra Cavalcanti e Afrânio Ataíde Bezerra Cavalcanti. O primeiro foi prefeito da cidade vizinha, D. Inês, e o segundo Deputado Estadual. A família permanece importante na região, estendendo sua influência para todo o estado. Oriundos deste clã são o ex-prefeito da cidade Augusto Bezerra Cavalcanti Neto e Antônio Hervázio Bezerra Cavalcanti, que atualmente é Deputado Estadual. Porém, desde 1992, a rádio é administrada pela Diocese Guarabira.

De 1998 em diante, a política paraibana passou a ser fortemente caracterizada pela bipolarização partidária. Característica que é resultado do rompimento entre políticos oriundos do PMDB. Depois do episódio de rompimento, a administração política do estado, basicamente, passou a ser dividida entre o PSDB e o PMDB. Essa polarização começa a ser apagada do panorama administrativo, com o fortalecimento de outros partidos, mas ainda se reflete na organização midiática do estado.

O grande responsável pela cisão do PMDB, foi o governador Ronaldo José da Cunha Lima (1991 a 1994), falecido em 2012, que é pai do atual senador e ex-governador (2003 a 2009), Cássio Cunha Lima. Ambos figuram entre os governadores que detém parentes como concessionários de radiodifusão. A rede Tamandaré, da cidade de Picuí, é uma sociedade de Savigny Rodrigues da Cunha Lima e Silvana Medeiros da Cunha Lima. Como senador, Ronaldo contou com a suplência de Silva Júnior, dono da Rede Paraíba.

Seus arquirivais também estão dotados das mesmas ferramentas estratégicas. Os ex-governadores José Maranhão e Roberto Paulino detêm concessões em nome de parentes, conforme já detalhamos. Roberto é pai de Raniery Paulino, que detém concessões na sua cidade base, Guarabira e na cidade de São Bento. Já na cidade natal de Maranhão, Araruna, sua irmã Wilma Targino Maranhão é sócia, ao lado de Magda Maranhão, da Rádio Serrana. A família domina a Política na região. Wilma é prefeita da cidade, seu filho, Benjamin Maranhão, é Deputado Federal. E Olenka Maranhão é deputada estadual. Como senador, José Maranhão ainda contou com a providencial suplência de Roberto Cavalcanti, dono do Sistema Correio de Comunicação.


Casos de Família 


As ondas sonoras que circulam na cidade sertaneja de Santa Luzia também são influenciadas pelos políticos. A rádio Vale do Sabugy é uma sociedade de Efraim Morais, ex-senador e atual secretário de Infraestrutura do Estado e José Ademir Pereira de Morais, ex-prefeito da cidade. O pai de Efraim, Inácio Bento foi prefeito da cidade nas décadas de 1940 e 1960. E a política segue circulando nas veias da família, o seu filho Efraim Filho é atualmente deputado federal e foi candidato à vice-prefeitura da capital do estado em 2012.

Ainda no sertão, a cidade de Cajazeiras segue os exemplos. Duas rádios, Difusora e Patamute, da cidade são de propriedade do grupo Cavalcanti Primo. Já a rádio Alto Piranhas é uma sociedade de Maria Antonieta de Albuquerque, José Antônio de Albuquerque, filho de Francisco Arcanjo Albuquerque, que apesar de falecido ainda figura como sócio da rádio para o Ministério das Comunicações. Zé Antônio atualmente é professor universitário, e foi cotado a vice-prefeitura da cidade em 2012, mas não se candidatou, apesar de filiar-se ao PSD. Já a Rádio Oeste de Cajazeiras é propriedade de José Nello Rodrigues, conhecido como Zerinho, que foi prefeito da cidade de 1993 a 1997.  Seu filho José Arlan Silva Rodrigues também é sócio e atua como Secretário de Pesca e Agricultura, do município de Cabedelo no litoral da Paraíba.    

Em Santa Rita, o retrato de continuidade e imbricamento com os meios de comunicação é o mesmo. Severino Maroja, conhecido como o eterno prefeito de Santa Rita, é dono da Rádio Santa Rita. E pai de Rachel Maroja, com quem divide a administração da rádio e o gosto pelos cargos públicos. Rachel foi candidata à deputada em 2010.

            A pacata cidade de Serra Branca tem um grande empresário à frente de seu principal veículo de comunicação, a rádio Serra Branca FM, tem como sócio Manoel Alceu Gaudêncio, dono do MAG Shopping de João Pessoa. Mas se engana quem acha que ele não tem um pezinho na política. Manoel foi deputado estadual de 1970 a 1990. O também Gaudêncio, Àlvaro Neto partilha a sociedade da rádio e também tem a carreira política no sangue. Seu pai foi deputado federal e prefeito da cidade. Ele foi deputado federal. A outra rádio da cidade, a rádio Independente do Cariri, é propriedade de Juarez Maracajá, ex-prefeito de Serra Branca e da vizinha cidade de Gurjão.

            A cidade de Princesa Isabel também não escapa. O filho e o neto do Coronel José Pereira Lima, que deflagrou a Revolução de Princesa, Aloysio Pereira Lima e José Pereira Lima Neto administram a rádio da cidade, a rádio Princesa Aloysio foi deputado por seis mandatos. Além do filho, Aloysio divide sociedade com o já falecido ex-prefeito da cidade Luiz Gonzaga de Sousa, conhecido como Gonzaga Bento, que é avô do ex-prefeito da cidade Thiago Pereira de Sousa Soares. A família Pereira carrega setores de administração da cidade desde o início do século XX.


O que pensar da comunicação na Paraíba?


A bipolarização da política (oposição x situação) se reflete nos veículos de comunicação organizados em âmbito estadual e no âmbito municipal. O que significa que, respeitando as especificidades de cada esfera, a informação estará sempre em favor de um ou outro grupo. A concentração nas mãos de políticos é uma das chaves explicativas para compreender o porquê da ênfase da mídia paraibana na cobertura dos eventos e atividades políticas do estado.

Soma-se a essa conjuntura à dependência de enorme parcela da população do poder público. Dados do IBGE apontam que 90% dos municípios da PB dependem (em mais de 40%) dos recursos federais, o que faz com que o interesse pela informação sobre a Política Partidária seja também uma questão de sobrevivência. Porém, a questão que nos chama atenção neste quadro é o modelo de produção e acesso à informação que se pratica. Ou seja, nos preocupa a constatação de que a informação veiculada em suportes que na teoria prestam um serviço público é produzida sobre interesse particulares e como ferramenta eleitoral.

Se ainda resta dúvidas, é bom afirmar: a comunicação paraibana anda lado a lado com a Política Partidária no estado, que pouco e vagarosamente se renova. Em parte dos casos apresentados, as rádios pertencem a grupos que se mantém no poder há décadas. Este fato, só reforça a tese de que os instrumentos de comunicação, ao lado de outras ferramentas sociais como o próprio mandato e as suas prerrogativas, são ferramentas fundamentais para a manutenção e a criação de parte do capital simbólico que sustenta essa estrutura. O que significa que a não renovação da política partidária também é resultado da estrutura midiática. E que a não alteração da estrutura midiática implica, de certo modo, na manutenção da conjuntura política.  É difícil, diante de tal cenário, acreditar na possibilidade de independência na produção jornalística praticada em tais veículos. A difusão e a transparência das informações do setor necessitam ser dia-a-dia aprimoradas e a democratização da comunicação é urgente.



Baixe a lista de sócios e diretores atualizada em Janeiro de 2013 pelo Ministério das Comunicações. 



Janaine Aires é jornalista, mestranda do Programa de Pós—graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ. Membro do Observatório da Mídia Paraibana e do Coletivo COMjunto de Comunicadores Sociais.

Fonte: Observatório da Mídia Paraibana

domingo, 3 de março de 2013

Nota de repúdio às declarações escritas pelo Diretor do Centro de Humanidades da UEPB, Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto


Guarabira-PB, 02 de março de 2013.

Nota de repúdio

Manifestamos publicamente nosso repúdio às declarações escritas pelo Diretor do Centro de Humanidades da UEPB, Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto, segundo as quais parte do patrimônio da universidade foi depredada de modo “criminoso” para produzir fotografias sobre as atuais condições da infra-estrutura do campus de Guarabira. Tais acusações têm notória intenção de intimidação do movimento grevista de docentes e técnicos-administrativos em curso. Trata-se de uma usual tática autoritária verificada durante todo o período republicano, que tenta criminalizar todo e qualquer movimento de ação coletiva, que não pode ser tolerada em um regime democrático, menos ainda em uma Universidade Pública.


Alômia Abrantes da Silva
Edna Maria Nóbrega Araújo
Francisco Fábio Dantas da Costa
Geralda Medeiros Nóbrega
Ivonildes da Silva Fonseca
João Batista Gonçalves Bueno
Luciana Calissi
Marisa Tayra Teruya
Martinho Guedes
Rita de Cássia Cavalcante
Tiago Bernardon de Oliveira
Waldeci Ferreira

Fotos onde o Diretor do Campus III afirma ser depredação de criminosos:

Cupins tomando conta do teto.

Teto do laboratório do Campus desabou.

Reboco caindo aos pedaços.

Teto de gesso aos pedaços. 

domingo, 9 de dezembro de 2012

TV Globo e a amamentação das crianças




A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) do Ministério Público Federal em São Paulo recomendou hoje (7) à TV Globo que informe, em rede nacional, que as crianças devem ser amamentadas até os 2 anos ou mais, conforme preconizam o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Com a recomendação, os procuradores esperam que a emissora corrija um erro de informação transmitido num quadro do programa "Mais Você", apresentado por Ana Maria Braga, que foi ao ar na última segunda-feira (3). Durante a atração chamada Game Hipoglós Amêndoas, o educador Marcelo Bueno orientou as mães a desmamar seus filhos a partir do momento em que elas começarem a andar.

Endereçada ao diretor-geral da Rede Globo, Carlos Henrique Schroder, a recomendação estabelece prazo de três dias para que a informação correta seja veiculada no programa "Mais Você" com o mesmo tempo de duração – 9 minutos e 41 segundos.

Segundo os promotores, o esclarecimento deve ser feito preferencialmente durante entrevista com profissional especializado em aleitamento materno ou com a retratação do educador Marcelo Bueno. A informação passada por ele é considerada prejudicial à saúde das crianças. A decisão determina ainda que as mães participantes do quadro sejam informadas sobre o equívoco.

Segundo a recomendação assinada pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, e pelas procuradoras da República Ana Previtalli e Luciana Costa Pinto, uma publicação oficial do Ministério da Saúde ("Dez passos para uma alimentação saudável – guia alimentar para crianças menores de dois anos") preconiza a amamentação até 2 anos ou mais. A mesma orientação é feita pela OMS e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Os procuradores lembraram que compete aos meios de comunicação, serviço público concedido pelo Estado, “esclarecer a população a respeito de assuntos de interesse público”, além de “não contribuir para a formação de uma cultura prejudicial e errônea”.
>

Imprensa se calou diante do “mensalão ruralista”

[O mensalão] ameaça o sistema político. (…) [A transferência de recursos] confirma-se pela compra de apoio político (…), não interessa se o destino do dinheiro seja para gastos de campanha ou gastos pessoais. (…) Os partidos participaram de votações importantes, emprestando apoio [a quem os pagou]“.

Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), em seu voto no julgamento de José Dirceu e José Genoíno.
<

Kátia Abreu, a voz dos ruralistas no Congresso
Faltando poucas semanas para o 1º turno das eleições municipais deste ano, os olhos do país dividiram-se entre a complexa trama de Avenida Brasil e outra, bem mais simples, do julgamento do “maior caso de corrupção” da história do país. Ao contrário das nuances e dúvidas do roteiro de João Emanuel Carneiro, os papéis de mocinho e bandido estavam bem mais delineados na segunda trama. De um lado o “herói de toga preta” e “menino pobre que mudou o Brasil”. De outro, o “chefe de quadrilha”, obstinado a realizar um “golpe [por um] projeto de poder quadrienalmente quadruplicado”. O desfecho apoteótico viria na condenação que “lava a alma de todos os brasileiros vítimas dos corruptos”, muda nossa história e permite que o Brasil volte “a saber distinguir o certo do errado”.
Pois nos mesmos dias, do desenrolar das tramas de Delúbio e Carminha, a poucos metros do STF, o Congresso Nacional votava mais uma tentativa de acordo sobre o Código Florestal. Por trás das cortinas, um enredo bem semelhante ao que estaria sendo condenado exemplarmente do outro lado da rua. Dezenas de parlamentares, que conquistaram o espaço de representação na Câmara dos Deputados com apoio financeiro de empresas do agronegócio, propunham a criação de diferentes tamanhos para as Áreas de Proteção Permanente (APP) em beiras de rio. A medida, que reduziria as chamadas APPs ripárias no Brasil e abriria espaço para o aumento da produção do agronegócio acabou vetada pela presidenta Dilma Rousseff.

No caso do “mensalão” mais famoso, o empresário Marcos Valério de Souza, dono da agência de publicidade SMP&B, e os gestores do Banco Rural haviam sido condenados por fazer transferências de recursos a partidos políticos objetivando ganhos em decisões do governo. Também o empresário Daniel Dantas agora está sendo julgado pelo mesmo caso. Como responsável, na época, pelas empresas Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular, Dantas teria contratado os serviços de publicidade da SMP&B, para repassar recursos ao PT como forma de obter apoio do governo federal.
E o que buscavam as empresas do agronegócio que, em 2010, doaram dinheiro a campanhas de parlamentares que votariam o Código Florestal em seus mandatos? E os parlamentares, neste caso, não atuaram “emprestando apoio político” a quem os financiou?
Somente o grupo JBS financiou, com mais de R$ 10 milhões, 38 dos deputados que votaram pela redução das APPs de beira de rio, como exemplifica o livro Partido da Terra, do jornalista Alceu Castilho. Mas não só a maior empresa de processamento de carne do mundo buscou apoio parlamentar no Congresso. Somente na lista das 10 maiores empresas do agronegócio em 2010, feita pela revista Exame, também a Bunge destinou R$ 1,1 milhão ao financiamento de deputados federais, assim como a CoperSucar, com 450 mil. Quando ocorreu a campanha eleitoral, em 2010, já estava em discussão no Congresso o novo Código Florestal.
Para evitar este e outros tipos de “mensalões”, organizações da sociedade civil defendem a aprovação pelo Congresso Nacional de uma reforma política que proíba o financiamento privado de campanhas eleitorais. É o que pede, por exemplo, José Antonio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Ele é um dos coordenadores da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político que mantém uma lista de abaixo-assinado na internet visando atingir 1,5 milhão de assinaturas para embasar um Projeto de Lei (PL) de iniciativa popular.
Enquanto isso, a votação do PL de reforma política proposto pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), que inclui a proposta de financiamento público integral, segue sendo obstruída. O relatório de Fontana é resultado do trabalho da Comissão Especial, criada em fevereiro de 2011, que ouviu juristas e representantes dos movimentos sociais. O texto, no entanto, não foi votado por obstrução. Entre outros fatores, pela extinção do financiamento privado de campanha.
- O abuso do poder econômico termina escolhendo candidatos muito mais pela capacidade de arrecadação do que pelas ideias que eles defendem, criando uma democracia de desiguais – avalia o deputado Henrique Fontana (PT-RS), em entrevista ao jornal Brasil de Fato. “O que corrige essas questões é o financiamento público exclusivo, com teto de gastos e forte diminuição dos custos de campanha”.
Daniel Merli, jornal Brasil de Fato.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ato criminoso: Imprensa da Paraíba repercute invasão da residência do prefeito eleito de Belém-PB

A imprensa paraibana vem repercutindo a invasão da residência do prefeito eleito de Belém, Edgard Gama, por pessoas ligadas a candidata derrotada, Crisneilde Rodrigues, esposa do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Ricardo Marcelo (PEN), substituída após inelegibilidade do cunhado Tarcísio Marcelo.

Emissoras de rádios, como a Correio FM, Paraíba FM, Arapuã FM, Cultura e Rural AM de Guarabira, destacaram a invasão de domicílio, que tinha como objetivo a colocação de panfletos que poderia prejudicar o prefeito eleito.

Edgard Gama fez um Boletim de Ocorrência (B.O) na delegacia da cidade de Guarabira, e os acusados responderão pelos crimes de invasão a domicílio e denunciação caluniosa.

A invasão à residência do prefeito Edgard Gama ocorreu na tarde da terça-feira (9) em Belém, distante 120 km da capital, no Agreste Paraibano. Os nomes dos acusados se encontram com a Polícia Civil, inclusive há testemunhas do ato criminoso.
.

domingo, 16 de setembro de 2012

BELÉM: candidato do PSB barrado pela justiça perde as estribeiras e parte para agressão a blogueiro

Na noite de sábado (15), em um arrastão da coligação “agora é o povo que quer”, Tarcísio Marcelo, que até agora ainda não conseguiu registrar a candidatura a prefeito de Belém, perdeu as estribeiras e partiu para agressão a Henrique Filho, que observava o movimento. No exato momento em que Henrique Filho fazia o documentário, Tarcísio Marcelo deixou o percurso normal do evento e partiu para agressões verbais, incentivando os populares a agressão que tentaram danificar o equipamento com tapas e paus de bandeiras. Felizmente a turma do “deixa pra lá” chegou e não aconteceu o pior. Uma atitude desprezível para qualquer homem publico, que se preze, isso só mostra o caráter e a índole de pessoas que são vazias de humanidade, sentimentos e pensamentos democráticos. A pessoa que não agüenta que outros por discordarem delas, as observem, não deveria se quer sair de casa, quanto mais tentarem concorrer a um cargo publico. Mas o que podemos esperar de alguém o qual o Promotor de Justiça afirmou: “O impugnado não deveria se quer passar na calçada de órgão publico”. 

Novo Perfil
Com Diário do Cezar Miranda
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...